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6 em cada 10 jovens e adolescentes não usam métodos de contracepção

Pesquisa do Programa Estadual de Saúde do Adolescente mostra que apenas 40% desse público utiliza camisinha, anticoncepcional ou outro meio de prevenção à gravidez

Estudo desenvolvido pelo Programa Estadual de Saúde do Adolescente de São Paulo no Ambulatório de Puericultura da Casa do Adolescente de Pinheiros, mostra que apenas 40% dos adolescentes utiliza métodos contraceptivos, como preservativos e anticoncepcionais.

A pesquisa envolveu 454 mães adolescentes, seus bebês e respectivos pais. Todas elas fizeram pré-natal e participavam de grupos e oficinas coordenadas por equipe multiprofissional da Casa do Adolescente. A idade média das participantes é de 17,5 anos, com início da vida sexual aos 15 anos. Já os parceiros tinham 22,4 anos, em média; porém, 1/3 deles ainda eram adolescentes.

Em relação ao número de filhos, 85% tiveram apenas um bebê, o que equivale a 388 adolescentes. Outras 57 foram mães de duas crianças (12,5%); sete tiveram três filhos (1,5%) e duas tiveram quatro filhos (0,4%). Apesar de já serem mães, 14% delas relataram desejo de engravidar.

O intervalo médio entre os partos foi de dois anos e 3/5 das adolescentes conceberam seus bebês por parto normal. O tamanho médio dos recém-nascidos foi de 3,1 kg e 48,3 centímetros. Apenas 4% nasceram prematuros e 8,1% abaixo do peso.

Quanto aos relacionamentos, 66,2% dos casais adolescentes viviam consensualmente e 10,5% das mães estavam casadas.  Já as solteiras representam 20,8% do total e 1,7% eram viúvas. Oito em cada dez mães jovens recebiam ajuda da família materna e apenas 1/3 dos casais se sustentavam.

Metade das mães e de seus parceiros tinha oito anos de estudo ou mais, e cerca de 2% cursaram nível universitário. O analfabetismo foi encontrado em apenas 0,9% entre os pais dos bebês.

“Os dados que identificamos nessa pesquisa oferecem relevantes subsídios para a atuação dos diversos profissionais que lidam com os adolescentes. Por se tratar de uma fase de formação emocional e intelectual, precisamos incentivar nossos jovens a utilizarem métodos contraceptivos não apenas para evitar uma eventual gravidez indesejada, mas também para coibir a ocorrência de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs)”, comenta Albertina Duarte Takiuti, coordenadora do Programa Estadual de Saúde do Adolescente de São Paulo.