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73% das cirurgias de câncer de bexiga estão relacionadas ao tabagismo

 Na semana do Dia Mundial sem Tabaco (31 de maio), a Secretaria da Saúde do Estado reforça o alerta sobre as doenças relacionadas ao consumo do cigarro, como o câncer de bexiga.

Estudo do Serviço de Urologia do Hospital Estadual de Transplantes aponta que 70% dos pacientes operados devido à doença são ou foram fumantes, com prevalência entre o público masculino.

A unidade operou, desde 2013 até abril de 2019, 1.295 pacientes com câncer de bexiga. Desse total, 319 são mulheres, sendo 197 atuais ou ex-tabagistas; e 976 são homens, dos quais 758 que são ou foram fumantes.

Esse tipo de câncer atinge diretamente as células que envolvem o órgão. O tipo mais comum é o carcinoma de células de transição, que atinge a células do tecido mais interno da bexiga.

“A maioria das pessoas associa o cigarro apenas ao câncer de pulmão, porém podemos afirmar que o tabagismo aumenta em três vezes a chance de desenvolver tumor na bexiga. É extremamente importante esse alerta, pois sabemos que o tabagismo é o principal fator de risco nesses casos (de câncer de bexiga)”, alerta o urologista Leopoldo Ribeiro Filho, especialista da equipe de uro-oncologia do Icesp (Instituto do Câncer de São Paulo).

O carcinoma de células escamosas, por sua vez, atinge as células planas e delgadas, que surgem geralmente após uma longa infecção.

Já o adenocarcinoma atinge, primeiro, as células glandulares (de secreção), que se formam na bexiga, também depois de um longo tempo de irritação ou inflamação.

Dados do Inca (Instituto Nacional do Câncer) de 2018 revelam que o câncer de bexiga é uma das doenças mais recorrentes do trato urinário. No Estado de São Paulo, a estimativa de casos foi de 2.820, sendo 2.090 entre os homens e 730 entre as mulheres. Ainda segundo o Inca, o tabagismo pode aumentar de 50% a 70% dos casos de câncer de bexiga estão associados ao fumo.

Prevenção

A prevenção está em beber muita água (no mínimo dois litros por dia para adultos) e ter uma alimentação equilibrada, com fibras, frutas e legumes, proteínas magras e produtos naturais.

“Essa é a melhor receita na prevenção de diversas doenças, entre elas o câncer. Além disso, vamos reforçar sempre que não existe quantidade segura para o cigarro. Seguro mesmo é não fumar”, destaca o médico chefe do grupo de urologia do Icesp, William Nahas.

Combater o tabagismo é uma necessidade de todos para diminuir os casos não apenas de câncer na bexiga, como câncer de cabeça e pescoço.  Além do tabagismo, o etilismo (consumo excessivo de álcool) também está associado ao desenvolvimento desse tipo de câncer. “O álcool, assim como o tabaco, tem uma relação expressiva com a doença. Cerca de 50% dos nossos pacientes são etilistas”, alerta o médico Marco Aurélio Kulcsar.30