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A cada dez internações por desidratação, quatro são pacientes idosos e dois têm menos de 5 anos

 

 

Com a elevação das temperaturas durante o verão, cresce também a importância da hidratação adequada, especialmente entre crianças e idosos. Anualmente, mais de 40% das internações por desidratação no SUS em SP são de pacientes com mais de 60 anos, e aproximadamente 25% de crianças menores de 5 anos.

Os dados do DataSUS analisados pela Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo indicam, ainda, que o primeiro trimestre do ano concentra cerca de 30% das internações por este motivo na rede pública de saúde de SP.

De janeiro a março de 2019, foram 1.286 internações, sendo 559 de idosos e 311 de crianças menores de cinco anos. No mesmo período de 2018, ocorreram 1.419 internações, sendo 574 em idosos e 384 em crianças nessa faixa etária. Já em 2017, foram 1.525 internações por desidratação: 639 idosos e 343 crianças.

No verão, período de maior calor, os cuidados devem ser redobrados para evitar a desidratação, que é uma condição potencialmente grave, caracterizada pela baixa concentração de água e sais minerais no corpo (veja dicas abaixo).

Algumas características fazem dos idosos o público mais vulnerável à desidratação. “O idoso naturalmente possui menos água no organismo e também tem menos sede que do que pessoas de outras idades. Porém, ele apresenta a mesma necessidade de ingestão de líquidos, às vezes até maior”, explica o geriatra do Ambulatório Médico de Especialidades (AME) Idoso Sudeste, Eduardo Cruz. “Outros agravantes são medicações e doenças que dificultam a retenção de urina ou a locomoção do idoso até um banheiro, fazendo com que bebam menos água, para urinar menos”, completa. Além disso, com o envelhecimento, o organismo naturalmente passa a ter mais dificuldades para absorver líquido.

Já o público infantil pode ser afetado por situações como doenças que provocam diarreia e vômitos. “Nestas condições, o risco de desidratação aumenta porque ocorre uma grande perda de líquido. O fato de crianças não ingerirem muito líquido por conta própria também exige atenção redobrada dos responsáveis”, afirma o gastroenterologista pediátrico do Hospital Estadual de Diadema, Leonardo Camargo.

Além de oferecer líquidos várias vezes ao dia às crianças, os adultos devem ficar atentos à exposição solar prolongada no verão em horários inapropriados (entre 9h e 16h), outro fator de risco.

Segundo o médico, os sintomas da desidratação são sede exagerada, olhos fundos, boca e pele secas, ausência de lágrimas e diminuição do suor. Nos bebês, os sinais são a moleira afundada e irritabilidade, além da diminuição da urina. Dor de cabeça, sonolência, tonturas, fraqueza, cansaço e aumento da frequência cardíaca também podem estar associados a episódios de desidratação.

“Nos casos mais graves podem aparecer outros sintomas, como diminuição da pressão, convulsões e choque, que, sem tratamento, podem levar até a morte”, explica Camargo.

O AME Idoso Sudeste e o Hospital Estadual de Diadema são unidades da Secretaria gerenciadas em parceria com a SPDM (Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina)

 

Principais dicas para prevenir a desidratação:

– Ingerir pelo menos 2 litros de água ou outros líquidos (como sucos) por dia. No caso de crianças ou idosos, sempre verificar se estão ingerindo água.

– Não praticar exercícios físicos nas horas mais quentes do dia e aumentar a ingestão de líquidos antes destas atividades.

– Usar roupas leves, para diminuir a perda de líquido pelo suor.

– Como a diarreia é uma causa importante de desidratação, certifique-se de que os alimentos consumidos foram bem lavados e preparados adequadamente. Alimentar-se corretamente, com alimentos leves e saudáveis, é fundamental.

– No caso do aumento das perdas de líquido (como na diarreia) a ingestão de líquidos, como água, sucos naturais e água de coco, é importante. O soro caseiro também é uma boa opção. Ele é composto de 1 litro de água filtrada ou fervida, uma colher rasa de chá de sal e duas colheres rasas de sopa de açúcar. Outra possibilidade é usar o soro para hidratação, disponibilizado em unidades básicas de saúde e farmácias.