A asma é caracterizada pela dificuldade de respirar ou eliminar o ar dos pulmões, causada pela obstrução nas vias áreas que, se não tratada adequadamente, pode levar a um quadro grave por que impede a chegada do oxigênio aos órgãos vitais e o paciente pode morrer.
No Brasil a doença atinge de 15% a 20 % da população e é a quarta maior causa de internação hospitalar. A asma é considerada uma doença hereditária e ocorre com mais frequência quando há casos na família, em especial algum dos pais.
A diretora do Serviço de Alergia e Imunologia do HSPE, Fátima Rodrigues Fernandes, alerta que a adesão ao tratamento correto evita crises e complicações, já que a doença não tem cura. É importante ficar atento aos sinais indicativos de uma possível crise ou da persistência de sintomas.
“As pessoas só tratam as crises e não valorizam aqueles sintomas entre as crises, como cansaço aos exercícios, despertares noturnos com tosse ou falta de ar. Esses sinais mostram que existe uma inflamação persistente nos pulmões e que a asma não está controlada, necessitando de tratamento contínuo”, afirma a Fátima.
A médica explica que as crises geralmente começam com tosse e chiado no peito, evoluindo para desconforto respiratório, dificuldade de expelir o ar, respiração curta, sensação de aperto no peito. Se a pessoa apresentar lábio e dedos roxos o quadro é grave e o socorro deve ser imediato.
A famosa bombinha com broncodilatador ajuda a dilatar os brônquios por via inalatória, mas nem sempre é suficiente e o próprio paciente tem de reconhecer se a resposta é efetiva, senão deve procurar assistência médica imediata. Quando o paciente necessita de uso frequente de broncodilatadores é indicativo que ele precisa fazer um tratamento contínuo com outras medicações para prevenir as crises.
Segundo a Dra. Fátima os fatores que desencadeiam as crises incluem a exposição a alérgenos como poeira, ácaros, mofo e pólen. Mas também existem outros desencadeantes como mudanças bruscas de temperatura, umidade relativa do ar (muito seco e frio), exposição a poluentes como fumaça de cigarro, e ainda por viroses e infecções bacterianas.
“É importante que o ambiente de convívio esteja umidificado para que não haja o ressecamento das vias aéreas, e que o paciente ingira bastante líquido, a fim de ajudar o muco a funcionar corretamente. A segunda dica é evitar locais fechados porque isso facilita a contaminação de vírus, como gripes. E, aos pacientes que gostam de atividades físicas, indicamos que elas sejam realizadas antes das 9h e após às 17h”, afirma.
É bom lembrar que os pacientes asmáticos devem receber a vacina da gripe anualmente.
A doença não é fatal se controlada adequadamente, idosos e crianças necessitam de maior atenção, devido à fragilidade do organismo, mas todos os portadores de asma podem adotar hábitos que ajudam na qualidade de vida ao fazer exercícios físicos e fugir do cigarro.