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Central de Transplantes completa 21 anos de existência e comemora o saldo de doações

A Central de Transplantes do governo do Estado de São Paulo, vinculada à Secretaria de Estado da Saúde, e o Sistema Estadual de Transplantes, completam, neste mês de julho, 21 anos de existência com um saldo de 101,3 mil doadores paulistas e mais de 117 mil transplantes realizados, dos quais 33 mil de órgãos e 84 mil de córneas (consideradas como tecidos). No período, foram registrados 13,5 mil doadores de órgãos e 90 mil doadores de córneas.

Dos 32992 mil transplantes de órgãos feitos no Estado desde 1997, aproximadamente 5 mil beneficiaram pacientes que moravam em outros estados brasileiros, mas que foram inscritos na lista de São Paulo.

Em mais de duas décadas, a Central de Transplantes detectou aumento de 916% no número de doadores-cadáveres no Estado de São Paulo, que passou de 83 em 1997 para 844 no ano passado, que bateu o recorde da série histórica. Consequentemente, o número de procedimentos cresceu 890%, com mais de 2 mil transplantes realizados em 2016, contra 213 em 1997.

A implantação do sistema estadual, em julho de 1997, ajudou a tornar a regulação da distribuição de órgãos captados mais justa e transparente. Foram estabelecidos critérios de tempo de espera dos pacientes inscritos, compatibilidade e gravidade.

Antes disso, os órgãos eram distribuídos pelo Estado às equipes transplantadoras nos hospitais, e elas é quem definiam quais pacientes iriam recebê-los. Com a organização do sistema e da Central de Transplantes, a Secretaria, sempre cumprindo os critérios e protocolos clínico, determina para qual paciente o órgão ou tecido deve ser encaminhado.

O sistema informatizado da central, com base nos dados clínicos e exames dos doadores e na lista de espera, automaticamente gera uma relação dos receptores que estão nos primeiros lugares do cadastro e aptos a realizar o transplante. Com isso os médicos plantonistas entram em contato com as equipes médicas dos pacientes que aguardam pelo transplante para ofertar o órgão.

“Estas mais de duas décadas da Central de Transplantes coroam um trabalho bem-sucedido que conseguiu aumentar expressivamente a doação de órgãos no Estado de São Paulo. Mas não podemos baixar a guarda. As doações ajudam a salvar vidas. Para aqueles que pretendem ser doadores é fundamental que deixem esse desejo claro às suas famílias em vida, pois somente os familiares podem autorizar ou não a retirada dos órgãos”, diz o médico infectologista David Uip.

“A nossa maior conquista é garantir todos os princípios e equidade com essas pessoas., diz Marizete Medeiros, coordenadora da instituição. Entretanto, ainda existe a preocupação com a conscientização da população sobre a importância deste ato.

O promotor de vendas Rodrigo Sanchez passou recentemente por um transplante de rim e está feliz da vida. Porém, antes de passar pelo procedimento, tudo exigia muito cuidado. “Na fila, nunca sabemos quando seremos chamados. Pode demorar um dia ou anos. Quando fui chamado, senti muito medo, mas muita alegria também. Beber água e urinar normalmente é muito gratificante”, relata.

O mesmo drama atravessado pelo autônomo Marcos Antonio Trentin, que antes de receber um novo fígado, sofria muito com as dores, perdendo as forças e até a possibilidade de caminhar. “Eu não queria fazer, mas depois de transplantado, eu tenho uma vida melhor do que eu tinha antes de ficar doente”.

Uip alerta para a importância de salvar vidas, dia após dia, por meio das doações. “Para aqueles que pretendem ser doadores, é fundamental que deixem esse desejo claro às suas famílias em vida, pois somente os familiares podem autorizar ou não a retirada dos órgãos”.

São quase 15 mil pessoas ainda na fila de espera de um órgão, somente em São Paulo. Ajude a disseminar a cultura e a importância da doação.