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Dicas para celíacos aproveitarem festas juninas sem riscos à saúde

Com a chegada do mês de junho, as típicas comidas de São João começam a entrar em evidência. Por conta da pandemia do novo coronavírus, este ano não contaremos com as tradicionais quermesses, mas é possível preparar os quitutes em casa.

Com tantas opções de preparo, é importante ficar atento à alimentação, principalmente pessoas que têm restrição alimentar.

Separamos algumas dicas de alimentos para os celíacos, pessoas com intolerância ao glúten, aproveitarem as guloseimas dessa época sem riscos à saúde.

A regra na dieta alimentar para as pessoas com a doença celíaca é evitar alimentos com glúten, uma proteína facilmente encontrada no trigo, aveia, cevada, centeio e seus derivados, capaz de produzir uma grave inflamação no intestino.

A boa notícia é que a maioria das comidas típicas é livre desta proteína ou apresentam uma opção alternativa.

Pamonha, curau, tapioca, canjica, arroz doce, doce de abóbora, cocada, churrasco, cuscus, milho cozido, pipoca, pinhão, quentão e vinho quente não possuem glúten em sua composição, e, portanto, estão liberados para os celíacos. O cachorro-quente também está liberado, desde que servido no pão de arroz.

Já alimentos como paçoca e pé-de-moleque requerem atenção especial, pois, algumas marcas enriquecem o produto com aveia, podendo conter glúten, portanto. O mesmo ocorre com os variados tipos de bolo que, ao serem feitos com farinha de trigo, se tornam inadequados para os celíacos. Mas, atualmente, é cada vez mais comum encontrar opções de receitas de pães e bolos feitos com outros tipos de farinha. Vale a pena perguntar se há opções sem glúten.

A lei federal nº 10.674, de 2003, obriga que todos os alimentos industrializados a informar em seus rótulos a presença ou não de glúten, para resguardar o direito à saúde dos portadores de doença celíaca.

Doença Celíaca

A doença celíaca é uma condição crônica, autoimune, sem cura, que causa atrofia da mucosa do intestino provocando uma inflamação e, com isso, prejuízo na absorção dos nutrientes, sais minerais e água. Por isso, a dieta livre de glúten deve ser seguida rigorosamente.

A estimativa da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostra que 1% da população mundial é celíaca. No Estado de São Paulo, em 2018 foram registrados 455 internações por diagnóstico de doença, um aumento de 14% em comparação a 2016, quando foram 397 internações. Já o aumento dos atendimentos ambulatoriais foi de 35% no período, saltando de 262, em 2016, para 355 no ano passado.

Sintomas da doença

Os sintomas são cólicas abdominais, gases intestinais, distensão abdominal, diarreia crônica, constipação, fezes gordurosas, anemia, perda de peso inexplicável com grande apetite e ganho de peso.

Para a médica gastroenterologista do Hospital Heliópolis, Adlin Savino Veduato, é importante identificar a necessidade de exames específicos no diagnóstico da doença. “Ao perceber algum sintoma, é importante que o indivíduo procure o médico e não se automedique. A doença só pode ser diagnosticada por meio de exames de sangue e biópsia do intestino delgado”, explica.

O principal tratamento é uma dieta com total ausência de glúten. Quando a proteína é excluída da alimentação os sintomas desaparecem. Embora a maior dificuldade para os pacientes seja conviver com as restrições impostas pelos novos hábitos alimentares, este é a forma mais eficaz de se obter mais qualidade de vida.

Normalmente a doença se manifesta em bebês com até um ano de idade, quando começam a ingerir alimentos que contenham glúten ou seus derivados. A demora no diagnóstico pode prejudicar o desenvolvimento da criança. Em alguns casos, se manifesta somente na idade adulta, dependendo do grau de intolerância ao glúten, afetando homens e mulheres.

Os estudos da área ainda não apontam exatamente o que desencadeia a doença. Ainda segundo Veduato, é possível que seja um fator genético afetando indivíduos geneticamente predispostos, que desenvolvem uma inflamação do intestino delgado após ingerir glúten.