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Disfagia: conheça os cuidados necessários para pacientes com dificuldade para engolir

Pacientes com disfagia necessitam de atenção especial com a alimentação, pois trata-se de uma condição que provoca mal-estar e dificuldades em mastigar e engolir, o que pode favorecer perda de peso, desidratação e desnutrição.

A disfagia é uma alteração na ingestão dos alimentos e pode acometer qualquer parte do trato digestivo, desde a boca até o estômago. As causas mais comuns são o enfraquecimento ou dano nos músculos e nervos responsáveis pela deglutição.

Essa condição faz com que o paciente perca o prazer de comer e saborear os alimentos. Os sintomas mais comuns são diminuição de peso, aumento do tempo de duração da refeição, cansaço na alimentação, soluço, desidratação, tosse, engasgo, refluxo e alteração na qualidade da voz. “A disfagia pode ocorrer em qualquer idade, mas atinge, principalmente, os idosos que sofrem de doenças degenerativas ou câncer de cabeça e pescoço”, diz a nutricionista Ana Carolina Tamburrino.

Acompanhamento multidisciplinar

A avaliação fonoaudiológica analisa e orienta a alimentação mais pertinente a cada paciente, de acordo com a classificação da gravidade da disfagia. As possíveis alterações podem ser mudança da consistência alimentar ou indicação de uma via alternativa com o objetivo de minimizar ou impedir os riscos de broncoaspiração.

O acompanhamento nutricional e o processo de reintrodução dos alimentos via oral também são fundamentais para garantir a recuperação do paciente disfágico, evitando complicações, principalmente em situações em que será submetido a procedimentos cirúrgicos, quimioterápicos ou radioterápicos.

Tipo de dieta

A prescrição do tipo de dieta para estes pacientes deve ser realizada considerando alguns fatores, como grau de disfagia, estado cognitivo e nutricional, preferências alimentares e condições socioeconômicas.

Em casos leves recomenda-se uma dieta pastosa, com carnes e legumes bem cozidos e picados, pães macios e sopas cremosas. Em grau de disfagia de leve à moderada, os alimentos precisam estar batidos, coados ou peneirados, formando uma preparação homogênea e espessa, como um purê ou mingau.

Em situações mais graves, principalmente quando existem problemas de mastigação e deglutição acentuados, a alimentação via oral é suspensa. “Nestes casos o risco de desnutrição é elevado e, por isso, é indicada a dieta enteral, ou seja, alimentação por sonda”, destaca a nutricionista Adriana Balian Formolo.

De modo geral, o tratamento deve envolver suporte nutricional oral sempre que possível, adequando a consistência alimentar, aumentando o número de refeições e sua densidade energética. Caso não haja melhora no estado nutricional, o uso de suplementação alimentar é considerada.