A busca pelo corpo dito perfeito pode trazer muitas complicações para a saúde. Na rede SUS (Sistema Único de Saúde) do Estado de São Paulo, muitas jovens são internadas por apresentarem distúrbios alimentares – com anorexia e bulimia em sua maior parte.
Segundo a nutricionista Lara Natacci, do Programa Meu Prato Saudável, existe um consenso de que a vulnerabilidade genética aumenta os riscos, porém pesquisas recentes apontam que também é comum entre os pacientes, relatos de traumas ligados à alimentação. Outro fator importante é o padrão de beleza ligado à magreza, que tem vigorado na indústria da moda desde os anos 60. De acordo com ela, pais e professores têm papel extremamente importante na prevenção dos distúrbios.
“O grupo mais exposto ao desenvolvimento de transtornos alimentares é o de mulheres jovens, da fase da adolescência até o início da idade adulta. O trabalho preventivo pode acontecer em forma de seminários e conversas. O fato de se dialogar sobre os transtornos alimentares e suas consequências na reprodução, na saúde óssea, na nutrição, na composição corporal e na performance é comprovadamente eficaz na prevenção”, afirma Lara.
A rapidez da intervenção é também um dos fatores determinantes do sucesso do tratamento, pois é mais difícil reverter quadros instalados há muito tempo.
“ Os pais e familiares precisam ficar atentos aos sinais. Um adolescente se preocupar com a aparência é normal, mas quando isso é exagerado precisamos tomar cuidado”, diz Albertina Duarte Takiuti, coordenadora do Programa Estadual de Saúde do Adolescente.
Conheça os 12 principais indícios de distúrbios alimentares:
1) Ansiedade;
2) Fuga de situações que envolvam alimentação, como almoços entre amigos e familiares;
3) Percepção de estar gordo, mesmo estando magro demais;
4) Resistência ao ganho ou à manutenção do peso;
5) Restrição dietética exagerada;
6) Comportamento de pesagem ou medição excessiva, várias vezes ao dia, por exemplo;
7) Compulsão por exercícios físicos e dietas;
8) Depressão e insônia;
9) Uso excessivo do banheiro;
10) Excesso de autocrítica sobre o peso e o corpo;
11) Abuso de substâncias (álcool e outras drogas);
12) Uso descontrolado de laxantes e de diuréticos.