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Emílio Ribas cria descarte inteligente de caixas de remédios contra a Aids

Projeto garante privacidade de pacientes e possibilita doação de papel para o terceiro setor

         O Instituto de Infectologia Emílio Ribas, unidade da Secretaria de Estado da Saúde considerada referência no tratamento de doenças infectocontagiosas, acaba de implantar um projeto inovador para o descarte diferenciado de medicações usadas por pacientes em tratamento contra a Aids na unidade.

O projeto, batizado de “Reciclagem Cidadã Inclusiva”, vai ao encontro da necessidade de preservação da privacidade dos pacientes que recebem os antirretrovirais (medicamentos que ajudam a combater o enfraquecimento do sistema imunológico) e ainda promove o descarte sustentável do material.

Duas lixeiras específicas para o descarte inteligente foram instaladas e 100% do material coletado tem sido doado para uma Organização Não Governamental (ONG) que trabalha com reciclagem.

Segundo a médica infectologista Glória Brunetti, que faz parte do Comitê de Humanização do hospital, a ideia surgiu depois que os funcionários perceberam que muitos pacientes, logo após receberem a medicação na farmácia, faziam imediatamente o descarte das embalagens temendo ser identificados publicamente como soropositivos.

Ela explica que grande parte dos pacientes abria mão de carregar as embalagens porque ainda existe um preconceito muito grande da sociedade em relação aos pacientes de HIV.

“Com o projeto, pudemos atender a uma necessidade do paciente de ter a sua privacidade preservada, pois ainda há muito preconceito em relação aos soropositivos. Por outro lado, demos uma finalidade ao material, que era descartado e ficava amontoado nas lixeiras de nossa farmácia, sem uma destinação que atendesse à questão da sustentabilidade”, disse Glória.

O instituto, que passa por uma reforma, vai instituir uma série de mudanças em sua estrutura com o objetivo de tornar-se um “hospital verde”, ou seja, que atenda aos padrões modernos de sustentabilidade.

Segundo Glória, hoje são arrecadados em média três sacos de 100 litros de embalagens de medicação por dia, o que corresponde a 150 quilos/mês. Estima-se que desde a implantação do projeto piloto, uma tonelada de papel tenha sido recolhida e doada.

O Instituto Emílio Ribas também doa papel e papelão de outros setores. Hoje a farmácia do hospital atende hoje em média 9 mil pacientes por mês.