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Estado registra redução de 4% nas fatalidades de trânsito em maio

De acordo com os dados do último mês de maio do Movimento Paulista de Segurança no Trânsito, o Estado de São Paulo segue registrando redução no número de fatalidades causadas por acidentes. Os dados vão de encontro à campanha de conscientização no trânsito, o Maio Amarelo.

Segundo levantamento do programa do governo paulista que visa reduzir pela metade o número de óbitos no Estado, foram registrados 445 óbitos no mês, índice 14,1 % menor na comparação com o mesmo período do ano passado (518).

No acumulado do ano, a redução é de 7,9%, com 2.087 fatalidades em 2018 contra 2.267 no ano passado. Segundo o Infosiga SP, nos primeiros cinco meses deste ano, 1.157 pessoas foram vítimas de acidentes de trânsito entre 18h e 06h, o que equivale a 55% do total (2.087).

Colisões entre veículos correspondem a 37,5% dos acidentes, enquanto os atropelamentos somam 28,7%. Choque contra objetos fixos equivalem a 15,1% dos casos e outros tipos de acidente somam 12,3%.

Estatísticas de maio

Em maio, motociclistas lideram as estatísticas no estado e correspondem a 35,2% das vítimas (157 fatalidades), seguido por pedestres (27,6%), ocupantes de automóveis (22,9%) e ciclistas (9,6%). A maior parte dos acidentes está concentrada nas noites e madrugadas (54,3%) e nos finais de semana (37,8%).

Jovens com idade entre 18 e 29 anos correspondem a 28,3% das vítimas (126 ocorrências), e os homens representam 82,3% dos casos.

“As ações promovidas pelo Movimento Paulista, em parceria com municípios, iniciativa privada e departamentos do Governo de São Paulo, buscam conscientizar este público. Um exemplo foi a realização, no mês de maio, da segunda edição do projeto para motociclistas, que une educação e fiscalização, e tem como objetivo mobilizar os municípios a difundir junto a esse público a pilotagem defensiva e segura e o espírito de cidadania”, afirma o diretor técnico do Movimento Paulista de Segurança no Trânsito, Evandro Vale.

Usuários de moto somam 157 vítimas em maio, mas com redução de – 5,4% na comparação com 2017 (166 casos). Já 123 fatalidades vitimaram pedestres, redução de – 14,0% (143 óbitos), seguido por ocupantes de automóveis, com 102 vítimas (-25,5%, 137 casos), e ciclistas, único grupo que apresentou aumento no mês. Foram 43 fatalidades em maio, contra 32 no ano passado, aumento de 34,4%.

Um acidente pode custar vidas

Desde 2014, é celebrado durante o mês de maio o #MaioAmarelo. O movimento mundial nasceu para conscientizar a sociedade sobre o alto índice de mortes e feridos no trânsito – principalmente em grandes cidades como São Paulo. Durante esse período, ações são feitas para alertar a população sobre a importância de manter uma relação de segurança e respeito no trânsito.

O fator humano é o principal causador de acidentes fatais no Estado de São Paulo. Segundo Ricardo Vanzetto, gerente médico do Grau (Grupo de Resgate e Atendimento às Urgências), da Secretaria, o consumo de bebidas alcoólicas e o uso de estimulantes estão entre os principais responsáveis pelos acidentes que vitimam jovens do sexo masculino. “Dormir pouco, fumar demais e comer mal são combinações perigosas que colocam em risco à vida de jovens motoristas”, explica.

A embriaguez e a falta de educação no trânsito é motivo também para um grande número de acidentes envolvendo ciclistas. “O número de acidentes graves envolvendo ciclistas continua alto porque as bicicletas precisam dividir cada vez mais espaço com os veículos. É preciso haver respeito mutuo e mais locais sinalizados e adequados aos ciclistas”, afirma Hassan Yassine Neto, médico socorrista do Grau.

Mais comum que acidentes envolvendo ciclistas são fatalidades relacionadas a motociclistas. Segundo pesquisa feita pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, o principal motivo é a imprudência de quem dirige a moto e/ou de quem dirige o automóvel. “A culpa divide-se igualmente entre motociclistas e motoristas”, diz Júlia Greve, médica do Instituto de Ortopedia e Traumatologia do HC. “Há um despreparo dos condutores para direção veicular em ambiente congestionado das grandes cidades”.

Quem, no entanto, sofre mais com a imprudência das pessoas no trânsito é o próprio pedestre. São os transeuntes quem lideram o ranking de óbitos. Entre os tipos de colisões mais fatais estão, respectivamente, a de pedestres com automóveis, ônibus e veículos motorizados de duas ou três rodas.

“Quando o pedestre é atingido por um veículo, toda a energia do impacto é transferida para a vítima, que não possui dispositivos de segurança, como cinto de segurança, estofados, air bags, barras de proteção, entre outros, para minimizar a energia liberada após a batida. Mesmo motocicletas ou bicicletas são capazes de causar mortes por conta desta transferência de energia. Além disso, por ser muito frágil quando exposto aos acidentes com outros veículos, o corpo humano fica vulnerável a traumas graves que podem comprometer funções vitais”, diz Gustavo Feriani, supervisor médico do Grupo de Resgate e Atendimento a Urgência (Grau) da Secretaria.

O Movimento Paulista de Segurança no Trânsito

Programa do Governo do Estado de São Paulo, tem como principal objetivo reduzir pela metade os óbitos no trânsito no Estado até 2020. Inspirado na “Década de Ação pela Segurança no Trânsito”, estabelecida pela Organização das Nações Unidas (ONU) para o período de 2011 a 2020, o comitê gestor do Movimento Paulista de Segurança no Trânsito é coordenado pela Secretaria de Governo e composto por mais nove secretarias de Estado: Casa Civil, Segurança Pública, Logística e Transportes, Saúde, Direitos da Pessoa com Deficiência, Educação, Transportes Metropolitanos, Planejamento e Gestão, Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação.  As secretarias são responsáveis por construir um conjunto de políticas públicas para redução de vítimas de acidentes de trânsito no Estado.