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Força-tarefa do Icesp ‘derruba’ mitos do câncer

Até sexta-feira, ‘urna da informação’ vai receber dúvidas de pacientes e visitantes; especialistas vão desvendar as principais questões

 

Até a próxima sexta-feira, 11 de abril, quem passar pela entrada do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), unidade ligada à Secretaria de Estado da Saúde e à Faculdade de Medicina da USP, vai se deparar com uma grande urna personalizada, que convida pacientes, acompanhantes e visitantes a depositar seus “tabus” sobre a doença. As questões serão avaliadas e desvendadas pelos especialistas do hospital, via email, telefone ou mesmo pessoalmente, em grupos de apoio e palestras.

A ação faz parte da campanha pelo Dia Mundial de Combate ao Câncer e visa orientar a população sobre as crenças sem respaldo científico, que prejudicam a detecção precoce e o tratamento da doença. “Com a facilidade de acesso a internet, por exemplo, o que poderia ser um facilitador da busca por informações pertinentes passou também a propagar diversos mitos e inverdades sobre o câncer”, afirma o oncologista e diretor geral do Icesp, Paulo Hoff.

Dúvidas sobre alimentação, comportamento sexual, hereditariedade e os métodos de tratamento são frequentes nos consultórios médicos. “É importante conhecermos as aflições do paciente para que seja possível construirmos uma relação de confiança e transparência, além de facilitar a adesão ao tratamento”, destaca Hoff.

 

Os especialistas do Icesp listaram as principais e mais infundadas crenças populares que circulam pela internet. Veja abaixo:

 

– O câncer só atinge os mais velhos

O câncer afeta pessoas de todas as idades e em diferentes fases de vida, incluindo os mais jovens. Em crianças com idade entre cinco e 14 anos, por exemplo, é a quarta principal causa de morte em países de renda baixa-média.

 

– Mulheres que já tiveram muitos parceiros sexuais estão mais propensas ao câncer de colo do útero

Sexo sem proteção adequada é um fator de risco para contrair inúmeras doenças sexualmente transmissíveis, entre elas o HPV, intimamente relacionado ao câncer de colo do útero. Entretanto, existem pacientes que tiveram apenas um parceiro e também desenvolveram tumores. Não é possível identificar com exatidão todos os fatores que levaram ao desenvolvimento da doença.

 

– Tatuagem pode gerar um tumor

As tatuagens não estão relacionadas ao desenvolvimento de tumores. Os desenhos mais escuros podem, em alguns casos, dificultar exames clínicos de diagnóstico como a biópsia, por esconder alguma alteração na pele, por isto é importante ficar de olho em manchas e pintas com crescimento acelerado, por exemplo.

 

– O câncer é hereditário

Muitas pessoas ainda acreditam que o principal fator para o surgimento do câncer é o genético, mas apenas 10% dos tumores têm esta correlação. É importante, portanto, estar sempre atento ao próprio corpo: nódulos e feridas que persistem por muito tempo, e não existiam antes, podem indicar algum problema de saúde. Nesse caso, a visita ao médico não deve ser adiada.

 

– O uso constante do celular e microondas são fatores de risco para o câncer 
A taxa de radiação emitida pelo celular e o microondas é baixa e não há nenhum estudo cientificamente comprovado que relacione essa radiação ionizante ao desenvolvimento de tumores.