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Governo de SP entrega maior fábrica de vacina contra gripe do Hemisfério Sul

Neste sábado (23), o Governo do Estado de São Paulo entregou a ampliação e modernização da fábrica da vacina contra a gripe do Instituto Butantan, o maior centro de pesquisas biomédicas da América Latina. Na ocasião, também foi anunciado o início do envase e formulação do produto.

A cerimônia aconteceu durante a “Feira da Imunidade e da Vacina”, que ocorre na instituição neste fim de semana para comemorar os 118 anos do Butantan. Com a ampliação, o Estado de São Paulo passa a ter a maior fábrica de vacina contra influenza do Hemisfério Sul, tornando o país autossuficiente em sua produção.

O governador João Doria, presente na solenidade, comentou sobre a referência internacional da instituição e ressaltou a sua capacidade para se tornar a maior produtora de vacina do mundo nos próximos anos. “O conhecimento e a experiência científica do Butantan permitiram que a produção de vacinas fosse representativa para todos os países”, disse.

Doria também declarou que o Estado, por meio do Butantan, irá liberar ao Governo Federal mais de 1,7 mil frascos de soro contra picadas de serpente e aranhas, que serão destinados à população da Venezuela. O objetivo é ajudar o país vizinho no momento em que enfrenta uma grave crise política e humanitária.

“Em abril, faremos a doação de 1 milhão de doses de vacina contra a gripe igualmente para proteger a população na região da fronteira. Essas vacinas vão atender tanto a comunidade brasileira como a venezuelana”, finalizou.

A comemoração de aniversário ainda inaugurou o novo Centro Administrativo do Butantan e disponibilizou um posto volante de vacinação contra a febre amarela instalado pela Secretaria de Estado da Saúde com o apoio da Prefeitura de São Paulo.

Nova estrutura

Com a reforma e ampliação da fábrica, realizada no ano passado, o Butantan passou a ter capacidade instalada para a produção de 140 milhões de doses por ano da vacina contra gripe, sendo que 80 milhões delas serão destinadas ao hemisfério sul (devido à sazonalidade das cepas).

A demanda das campanhas do Programa Nacional de Imunização (PNI), do Ministério da Saúde, é de 64 milhões de doses. Para atendê-la, o Instituto iniciou a produção em outubro do ano passado.

“É muito importante que a liderança de Saúde do Estado e o Governo tenham esse apoio para que a gente possa atingir as metas aqui colocadas”, comentou o secretário de Estado da Saúde, José Henrique Germann.

Para o diretor do Butantan, Dimas Covas, a ampliação da fábrica reafirma o compromisso do Instituto com a saúde da população, investindo em produção, pesquisas e inovação. “A entrega representa um passo importante no processo de internacionalização do Instituto”, afirmou.

As obras totalizaram um investimento de R$ 83 milhões provenientes da Fundação Butantan. A ampliação incluiu, além de reforma, aquisição e readequação de equipamentos, que contribuirá para a exportação do produto.

O Instituto, portanto, está adequando a fábrica para a pré-qualificação junto à Organização Mundial de Saúde (OMS), permitindo que a vacina contra influenza produzida pela instituição seja fornecida para outros países.

Comemoração

Para celebrar o seu 118º aniversário, o Instituto Butantan promove a “Feira da Imunidade e da Vacina – Como nosso organismo se protege” neste fim de semana, 23 e 24 de fevereiro, das 10h às 16h.

Com a orientação de monitores, visitantes de todas as idades poderão participar gratuitamente de uma série de atividades interativas que mostram, de forma lúdica, o funcionamento do nosso sistema imunológico e como as vacinas ajudam a nos proteger de algumas doenças.

Além disso, o evento é uma ótima oportunidade para conhecer os museus Biológico, Histórico e de Microbiologia, que terão entrada gratuita excepcionalmente durante o final de semana.

Vacinação

No local, também está disponível uma tenda para que os visitantes possam ser vacinados contra a febre amarela. Em todo o Estado, há recomendação da vacina, devido à circulação do vírus.

Vale lembrar que a dose é indicada para pessoas a partir dos 9 meses de idade e devem consultar o médico sobre a necessidade da vacina os pacientes portadores de HIV positivo e transplantados.

Não há indicação de imunização para gestantes, mulheres amamentando crianças com até 6 meses de idade e imunodeprimidos como pacientes em tratamento quimioterápico, radioterápico ou com corticoides em doses elevadas (como por exemplo Lúpus e Artrite Reumatoide).

“A vacina leva dez dias para garantir proteção efetiva. Aos que tomarem a dose em período inferior e pretendem se deslocar para áreas de mata e ribeirinhas, recomendamos que evitem adentrar áreas verdes e usem repelentes e roupas compridas e de cor clara para reforçar a prevenção”, orienta Helena Sato, diretora de imunização da Secretaria de Estado da Saúde.