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Gravidez na adolescência cai pela metade em SP, em quase duas décadas

Balanço da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo aponta que o índice de gravidez na adolescência no Estado caiu 46,5%  em 18 anos e atingiu, em 2016, seu menor nível.

Em 2016, 79.048 gestantes menores de 20 anos tiveram filhos no Estado, o que equivale a 13,2% do total de nascimentos no ano passado.  Em 1998, o índice foi de 20%, com 148.018 mães nessa faixa etária. A queda é gradativa. Há dez anos, 16,3% das gestantes tinham menos de 20 anos. Em 2007, 97 mil mães estavam nessa faixa etária.

Em cerca de 97% dos casos, essas jovens tornaram-se mães com idade entre 15 e 19 anos. Nessa faixa etária, a redução do índice de gravidez na adolescência também foi expressiva. Em 2016, esse grupo abrangeu 76.371 gestantes, equivalente a 12,7% do total de partos em SP. Em 1998, o percentual foi de 19,5%, ou 143.490, em números absolutos.

Para Albertina Duarte Takiuti, coordenadora do Programa Saúde do Adolescente da Secretaria, os números representam o êxito de políticas públicas e qualificação de equipes. “É um resultado importante, que foi possível graças a ações integradas do Estado, em parceria com os municípios. Iniciativas que ampliam o conhecimento e o debate, como webconferências e dinâmicas de grupo publicadas no nosso canal do YouTube, permite que os profissionais qualifiquem o atendimento à esses jovens e sensibiliza gestores para criação de novas ações de atenção à saúde do adolescente”, afirma.

A médica também ressalta que as iniciativas de conscientização coletiva e a consolidação de serviços específicos sobre esse público, a exemplo das Casas do Adolescente (mais informações abaixo), bem como a distribuição gratuita de preservativos e contraceptivos em todo o Estado, foram fundamentais para a redução dos casos.

Os preservativos começaram a ser distribuídos no Estado de forma regular a partir de 1994. Atualmente, SP distribui uma média 58 milhões de camisinhas masculinas e 2,7 milhões de preservativos femininos por ano. Somente no primeiro semestre de 2017 já foram distribuídos mais de 28 milhões camisinhas masculinas e 1,3 milhões femininas.

Casa do Adolescente

Desde 1996, a Secretaria adotou um modelo de atendimento integral à adolescente, que contempla o aspecto físico, psicológico e social, e que começou a mostrar resultados dois anos depois. Por isso a Secretaria usa 1998 como base de comparação.

Além de informação e orientação, o trabalho busca identificar as emoções, medos e dúvidas dos adolescentes sobre afetividade, relacionamentos e sexo seguro. Rotineiramente, a Secretaria investe em capacitação, organizando palestras e cursos a profissionais médicos que cuidam de adolescentes por todo o Estado.

A Casa do Adolescente de Pinheiros, na capital, serviu como espécie de laboratório da nova política de saúde para jovens, oferecendo atendimento multidisciplinar, com médicos, dentistas, fonoaudiólogos, assistentes sociais, enfermeiros, psicólogos e professores. Há oficinas, bate-papos e terapias em grupo para que os jovens exponham seus sentimentos, recebendo orientação especializada.

O sucesso do trabalho levou o Estado ampliar o projeto da Casa do Adolescente. Hoje, são 30 unidades em todo o Estado.

“É necessário estarmos atentos não apenas à prevenção, mas também nos aspectos emocionais e psicoafetivos deste grupo de adolescentes, que passa por uma fase repleta de novos conhecimentos e dúvidas. Por esse motivo, garantimos cada vez mais a capacitação e o atendimento multiprofissional, para contribuir não apenas na redução destes índices, mas também na prevenção e tratamento de doenças”, conclui Albertina Duarte.