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Hepatites B e C podem ser transmitidas em salões de beleza

 

Um pequeno sangramento provocado pela retirada de cutículas pode transmitir as hepatites B e C. Por isso, os salões de beleza podem ser a porta de entrada desses vírus, exigindo cuidado redobrado tanto dos profissionais quanto dos clientes. Uma pesquisa recente realizada pelo Hospital Emílio Ribas afirma que mais de 80% das manicures e pedicures que atuam em São Paulo não estão protegidas para evitar a doença.

A enfermeira do Hospital Emilia Ribas, Andreia Schunck, afirma que a cutícula é a proteção das unhas e, ao retirá-la, pode haver sangramento. Essa pode ser a fonte de transmissão das hepatites.

“O vírus da Hepatite B é 100 vezes mais infeccioso que o HIV e ele permanece sete dias no ambiente. Se o material usado para fazer a unha foi contaminado com o sangue infectado, ele permanece nos instrumentos e na superfície onde está trabalhando”, orienta Andreia.

Os materiais, como lixas e palitos, precisam ser de uso individual e descartável, a luva também serve como uma proteção individual e os alicates precisam sofrer o processo de limpeza (lavados com água sabão e depois esterilizados). “O ideal é que cada pessoa leve o seu kit individual. As profissionais também precisam receber as três doses da vacina contra a Hepatite B. Para a Hepatite C e para a micose, não existe vacina, então é preciso boas práticas de higiene para não haver contaminação”, comenta a enfermeira.

As hepatites B e C podem ser contraídas por meio de relações sexuais, compartilhamento de agulhas, seringas ou o uso de materiais perfurantes. Além disso, a Hepatite B pode ser transmitida de mãe para filho durante o parto. No mundo, cerca de 1,4 milhão de pessoas morrem por conta da doença e, no Brasil, as mais comuns são causadas pelos vírus A, B e C.

De acordo com o infectologista do HEB, Gustavo Kawanami, em fevereiro de 2002 foi criado o programa nacional de hepatites virais voltado ao atendimento de aproximadamente 2 a 3 milhões de brasileiros portadores da hepatite C. “Nos últimos 15 anos nenhuma outra doença infecciosa passou por uma revolução tão grande em relação ao tratamento da hepatite C.  Em 2002, falávamos de taxas de controle do vírus que não excediam 55%. Em 2012, instituímos tratamentos almejando taxas de cura próximas a 70%. Hoje, já existem tratamentos mais curtos, com efeitos colaterais exponencialmente menores e chances de cura em torno de 92%”, explica o infectologista.

Por isso, é importante adotar medidas preventivas como o uso de preservativos nas relações sexuais e o não compartilhamento de seringas entre os usuários de drogas injetáveis. Os testes de hepatite B e C podem ser feitos em qualquer período. Para obter mais informações, ligue para o serviço Disk DST/Aids no 0800 162 550.