Pular para o conteúdo

Hospital Centrinho em Bauru completa 52 anos ampliando contribuição com a assistência e o ensino

Nesta segunda-feira (24), o Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais (HRAC/Centrinho) da USP completou 52 anos de atuação. A Instituição pública de prestação de serviços à sociedade, ensino e pesquisa, é mantida com recursos da USP, do Sistema Único de Saúde (SUS) e de convênios.

Fundado em 1967 – a partir de pesquisa realizada por professores da FOB-USP que identificou a incidência de fissura labiopalatina em uma a cada 650 crianças nascidas –, o HRAC é pioneiro em suas áreas de atuação e considerado centro de referência no tratamento das anomalias craniofaciais congênitas, síndromes associadas e deficiências auditivas, com assistência disponibilizada via SUS.

O trabalho interdisciplinar da equipe, o processo de reabilitação integral e a humanização no atendimento ao paciente são características marcaram a atuação do Hospital e se destacam até os dias atuais.

Reconhecido como hospital de ensino pelos Ministérios da Saúde e da Educação, o HRAC é também um importante núcleo de geração e difusão do conhecimento e inovações. Oferece programa de pós-graduação stricto sensu (mestrado e doutorado) único no país e no mundo, além de cursos lato sensu e de extensão (residências médicas e multiprofissionais, especializações e práticas profissionalizantes), todos gratuitos. Diversos convênios de cooperação e mobilidade acadêmica com instituições de ensino do Brasil e do exterior reforçam sua vocação científica e para a internacionalização.

Desde sua fundação, já foram registrados mais de 115.000 pacientes matriculados no total, e já formou mais de 1.500 mestres, doutores, especialistas e outros profissionais em cursos de extensão universitária.

A excelência do trabalho realizado pelo HRAC já foi reconhecida, historicamente, por diversos prêmios e certificações, concedidos por órgãos de renome do Brasil e do exterior. Essas premiações são importantes porque apontam a qualidade dos serviços prestados, o nível do ensino e pesquisa, instalações e infraestrutura, humanização, além de aspectos como inovação e gestão. Prêmio Melhores Hospitais do Estado, Olimpíada USP de Inovação, Prêmio Tese Destaque USP e Prêmio Saúde Editora Abril são algumas das premiações que o HRAC ou membros de sua equipe tiveram destaque nos últimos anos.

De acordo com o superintendente, Carlos Ferreira dos Santos, “não podemos deixar de mencionar e agradecer aos nossos pacientes e seus familiares, pela entrega e esforços para a reabilitação e pela confiança no trabalho aqui desenvolvido”, acrescenta.

Já o professor Guilherme Janson, superintendente substituto do HRAC-USP e vice-diretor da FOB-USP, relatou que, como filho de professor do campus, acompanhou toda a trajetória de fundação do Hospital e o esforço dos fundadores para a sua concretização. Citou também o prestígio internacional do HRAC.

“Todo esse esforço foi capitaneado pelo Dr. José Alberto de Souza Freitas, que, com muito carinho e amor, sempre se dedicou à tarefa de cuidar do Hospital. E devido à dedicação de todos que aqui trabalham, o HRAC tornou-se referencia mundial, tendo recebido diversos prêmios”, relembrou.

Definição do perfil assistencial

Um avanço importante para o HRAC/Centrinho foi a definição do perfil assistencial do futuro Hospital das Clínicas, que será uma nova unidade hospitalar da Secretaria da Saúde em Bauru, concebida para manter e fortalecer o trabalho já realizado pelo Hospital e complementar as necessidades dos 68 municípios que compõem o Departamento Regional de Saúde (DRS-6).

“As especialidades e serviços serão definidos conjuntamente com o DRS-6 e os demais hospitais da SES-SP em Bauru, em um desenho maior que visa a formação de um complexo hospitalar para otimização de insumos e equipes, além de preservar e potencializar a excelência do HRAC, que será incorporada ao Hospital das Clínicas”, afirma o superintendente.

Superação
Convidado para representar os usuários do HRAC no hasteamento das bandeiras, o paciente Lucas Santos Queiroz, 26 anos, de Uberlândia (MG), concedeu entrevista após a solenidade e contou um pouco de sua trajetória e superação.

“Aqui nasceu minha autoestima. Aqui melhorei a minha fala, o meu visual, e hoje sou muito feliz, venci obstáculos. Aos 18 anos, ingressei nas Forças Armadas. Disseram que eu nem poderia entrar. No Exército, entrei como soldado, tive a oportunidade de fazer um curso de formação de cabo. Depois fiz o curso de formação de sargento e pude crescer profissionalmente. Agora, passei em concurso da Polícia Militar. E tudo começou aqui. Todo o tratamento e a reabilitação abriram muitas portas”, comemorou o paciente.

Lucas nasceu com fissura labiopalatina e realiza tratamento no HRAC-USP desde os três meses. Casado, Lucas também disse estar feliz da vida porque acaba de ser pai novamente. Já era pai de uma menina de dois anos e, há um mês, nasceu seu menino.

A comemoração dos 52 anos do HRAC também teve significado especial para a cirurgiã-dentista Renata de Almeida Pernambuco, que representou os servidores do Hospital no momento do hasteamento das bandeiras.

“Tenho um amor muito grande pelo Centrinho. Para mim, foi um orgulho e uma satisfação participar deste momento. A volta ao trabalho e o apoio da família e dos amigos têm sido muito importante. Contribuir com a reabilitação dos pacientes, além de ajudar a minha própria reabilitação, me deixa muito feliz por poder dar continuidade ao legado do Tio Gastão, pessoa que muito admiro e tenho como exemplo”, afirmou Renata, que atua no HRAC desde 1998.