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Hospital das Clínicas tem meta de chegar a 3 mil transplantes até 2020

O Centro de Transplante do Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina (FM) da USP é pioneiro na América Latina. O primeiro transplante de fígado, realizado em 1968, completou 50 anos. Em 2020, espera-se atingir a marca de 3 mil transplantes ao somar números do Instituto da Criança (ICr) e do Instituto Central (ICHC), ambos do HC.

A previsão é do professor Luiz Augusto Carneiro D’Albuquerque, diretor do Serviço de Transplantes de Fígado e Órgãos do Aparelho Digestivo do HC, que conversa com o Jornal da USP no Ar na série especial sobre a contribuição da Medicina USP para a sociedade.

O Hospital das Clínicas é o primeiro hospital público do Brasil a fazer cirurgia robótica. Hoje o procedimento está sendo incorporado à rotina do aparelho digestivo, como pescoço, tórax, barriga e abdômen. “A gente pode fazer por via robótica com pequenas incisões e com o mesmo efeito terapêutico, facilitando muito a recuperação do doente. São as cirurgias minimamente invasivas”, explica D’Albuquerque. Outra novidade é a criação de um centro de treinamento em cirurgia minimamente invasiva dentro do HC.

Além disso, o HC realizou o primeiro transplante de útero na América do Sul.

Segundo Edmund Chada Baracat, diretor da Divisão de Ginecologia do Hospital das Clínicas, essa modalidade mostra o papel inovador que a Faculdade de Medicina da USP possui. “O Brasil é um país já consagrado na realização de transplantes, e o transplante uterino coloca o País em condição de realce, tendo em vista que os dois casos já realizados de transplante de doadora falecida não foram bem-sucedidos”, conclui em entrevista ao Jornal da USP.

O complexo HC tem resultados similares a países do primeiro mundo, mas a doação é básica para que ocorra transplantes. O profissional entende que, no momento de perda, é muito difícil decidir se vamos ou não doar o órgão. Por isso, recomenda que a conversa com os familiares para manifestar a vontade de doar órgãos seja feita com antecedência. De acordo com o professor, a maior demanda no Brasil é por rim e, em segundo lugar, pelo fígado. Novas medidas de suporte ao paciente, além de imunossupressores que controlam a rejeição, dão ao paciente transplantado uma sobrevida que chega a 90%.