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Hospital de Base e Sesi Vôlei Bauru se unem para incentivar a doação de órgãos

Com o objetivo de envolver a população em prol da doação de órgãos que os profissionais da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (CIHDOTT) do Hospital de Base de Bauru (HBB) pediram o apoio da equipe do Sesi Vôlei.

Assinada pela assinada pela Famesp, gestora do Hospital de Base, unidade estadual de saúde, e pelo Sesi Vôlei bauruense, as jogadoras Valquíria Dullius, Naiane Rios, Mayhara da Silva e Andressa Picussa gravaram um vídeo da campanha Setembro Verde, mês dedicado à conscientização de doação de órgãos. “O time do vôlei Bauru entra de corpo e alma para a campanha de doação de órgãos”, fala a central Valquíria no vídeo.

“Esporte é vida e, no Hospital, a gente trabalha o tempo todo pela vida. Ao tentar captar um órgão, por exemplo, estamos pensando em salvar, ao menos, uma vida a mais. É por isso que achamos sensacional a adesão desse time na campanha de doação de órgãos”, compartilha a médica nefrologista Paula Dalsoglio Garcia, coordenadora da CIHDOTT do Hospital de Base.

“O Sesi Vôlei Bauru apoia esta causa e por isso, aceitamos o convite de fazer parte dessa campanha. Precisamos conscientizar a população da importância de conversar sobre esse assunto com sua família. Estamos juntos pela vida”, afirma Reinaldo Mandaliti, presidente do Sesi Vôlei Bauru.

As Cihdotts são responsáveis, entre outras ações, por organizar o hospital para detectar possíveis doadores de órgãos e tecidos; pela adequada entrevista familiar de solicitação e doação de órgãos e tecidos e por articular-se com a Central de Transplante do estado para organizar o processo de doação e captação de órgãos e tecidos.

Além do vídeo, a equipe distribuirá folhetos educativos com informações gerais sobre doação de órgãos durante o jogo que será realizado no Ginásio Panela de Pressão, em Bauru, interior de São Paulo. Assista ao vídeo da campanha assinada pela Famesp e o Sesi Vôlei Bauru.


Hospital de Base de Bauru

O Hospital de Base é uma unidade da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (SES-SP) que atende pacientes de 38 municípios da região de Bauru, com atendimentos de Urgência e Emergência, cirurgias eletivas e Serviço de Neurologia Clínica, com um total de 176 leitos. Até junho desse ano, o Hospital captou 61 órgãos de doadores falecidos. No ano passado, foram 139 órgãos captados. Córneas e rins lideram a lista.

“Vejo que o maior problema ainda é a falta de diálogo entre os familiares. Sabemos que é muito difícil falar sobre a morte, mas ela é inevitável.  Por isso, temos de deixar clara a nossa vontade para a família. Vamos falar sobre isso”, destaca a médica Paula Dalsoglio Garcia, que hoje trabalha especificamente com captação, mas já fez transplantes e sabe a tensão que vive quem aguarda por um órgão para prolongar a vida. “Não podemos driblar a morte, mas podemos salvar vidas sendo um doador de órgãos”, pondera.

Os órgãos doados vão para pacientes que necessitam de transplante e estão aguardando em uma lista de espera unificada e informatizada, em uma mesma base de dados. Cabe à Central Estadual de Transplantes, por meio desse sistema, gerar a lista de receptores compatíveis com o doador em questão. De acordo com o Ministério da Saúde, se não existirem receptores compatíveis no Estado ou o mesmo não realizar a modalidade de transplante referente ao órgão doado, o mesmo é ofertado à Central Nacional de Transplantes para a distribuição nacional. A posição na lista de espera é definida por critérios técnicos de compatibilidade entre doador e receptor (tais como a compatibilidade sanguínea, antropométrica, gravidade do quadro e tempo de espera em lista do receptor). Para alguns tipos de transplantes é exigida, ainda, a compatibilidade genética.
Mitos e verdades

Muita gente acha que precisa registrar em cartório ou expressar a vontade de ser doador em algum documento específico. Nada disso é necessário. Basta avisar a sua família de primeiro e segundo graus, pois são os familiares que serão acionados pela equipe da Cihdott quando se constata uma morte encefálica ou parada cardíaca, por exemplo, para autorizar formalmente a doação de órgãos e tecidos.

Outra questão frequente apontada pelos familiares é a incerteza sobre a morte encefálica. “Esse é outro mito, pois a morte encefálica é irreversível e confirmada com critérios rigorosos”, explica a médica.

No Brasil, o diagnóstico de morte encefálica é regulamentado por uma Resolução do Conselho Federal de Medicina, que determina serem necessários dois exames clínicos realizados por médicos diferentes e um exame complementar (gráfico, metabólico ou de imagem).

“Há pessoas que também acham que o corpo do doador ficará deformado após a retirada de órgãos”, conta a médica. Outro mito, pois após a retirada dos órgãos é feita a reconstituição do corpo e o doador pode ser velado normalmente.