Pular para o conteúdo

Hospital estadual quer reduzir a zero dor em pacientes operados

Campanha “Agosto sem dor” mobiliza todo o corpo clínico do Centro de Referência em Saúde do Homem, na capital paulista; médicos usarão escala de dor em jalecos

O Centro de Referência em Saúde do Homem, unidade da Secretaria de Estado da Saúde gerenciada em parceria com a SPDM (Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina), lançou uma campanha que tem como objetivo reduzir a zero os quadros de dor em pacientes operados.

A iniciativa, batizada “Agosto sem dor” e voltada ao treinamento de médicos e enfermeiros, foi idealizada para aprimorar técnicas e protocolos que identificam mais rápido os sintomas de dor em pacientes internados que passaram por cirurgias urológicas.

Durante todo este mês de agosto, além de treinamentos, palestras e banners espalhados pelo hospital, os profissionais de saúde também utilizarão um crachá amarelo com a pergunta: “De 0 a 10 qual é o nível de dor que você está sentindo?”. O crachá reproduz o desenho da Escala Visual Analógica (EVA), utilizada como padrão mundial para aferir a dor dos pacientes.

“A ideia de destacar a EVA no jaleco ou uniforme do médico fará com que tanto médicos, enfermeiros e o próprio paciente tenham mais adesão a campanha e solicitem mais rápido a intervenção para o controle da dor”, explica a médica Susana Miyahira, anestesiologista e especialista em dor.

De acordo com a especialista, no treinamento serão reforçados os critérios para aplicação de analgésicos, entre outros medicamentos específicos para cada tipo de dor. A proposta que prevê a eliminação de dor entre os internados também fará com que os profissionais de saúde garantam uma melhor avaliação sobre a eficácia dos tratamentos oferecidos para cada paciente. “A dor interfere na qualidade do tratamento clínico. A pessoa com dor não consegue comer, não consegue dormir e a dor constante causa outros comprometimentos que prejudicam a melhora efetiva do paciente”, afirma Miyahira

A campanha também propõe desmistificar a lenda sobre a eficácia mais rápida de analgésicos orais versus injetáveis. “Existe uma falsa ideia sobre a rapidez da ação de medicamentos na veia o por boca. Esses protocolos auxiliam na compreensão sobre a melhor via, pois nem sempre a aplicação de medicamentos analgésicos administrados na veia são adequados para todos os pacientes”, reforça o urologista e coordenador do Centro do Homem, Claudio Murta.