De acordo com pesquisa realizada no Icesp (Instituto do Câncer do Estado de São Paulo) as cirurgias robóticas realizadas para retirada de tumores na região torácica são menos invasivas e proporcionam melhor qualidade de vida pós-cirúrgica ao paciente. A dor pós-operatória é menor, assim como as complicações e o tempo de internação.
O projeto, que teve início em 2015, comparou a realização de cirurgias robóticas, onde o médico opera à frente de um console, com visão tridimensional, dando comandos ao robô, com as cirurgias realizadas por videotoracoscopia. Ambas feitas em pacientes para a retirada de tumores pulmonares e lesões metastáticas no órgão, na região do tórax.
Conduzido com 60 pacientes oncológicos, metade foi submetida à cirurgia robótica e a outra à videotoracoscopia. Os dois grupos foram bem equilibrados em relação a gênero, sendo 57,5% do sexo masculino e 42,5% feminino, com média de idade entre 64 e 67 anos.
Os resultados obtidos neste estudo demonstram que as duas técnicas são equivalentes, porém, o principal desfecho mostra benefícios apresentados pelos pacientes que foram operados com o auxílio do robô. “Os benefícios da cirurgia robótica vão desde os estudos de custo-efetividade, segurança do procedimento até a análise dos desfechos clínicos analisados”, afirma Prof. Dr. Ulysses Ribeiro Jr., Coordenador Cirúrgico do Icesp.
“Foi possível observar que os pacientes operados pelo robô tiveram menor taxa de complicações e de reinternação. O tempo de recuperação mais rápido é uma grande vantagem para o tratamento, além de gerar maior rotatividade dos leitos de internação do hospital”, explica o Prof. Dr. Ricardo Mingarini Terra, que coordenou a pesquisa.
O estudo foi apresentado na Europa e teve repercussão internacional. Durante congresso na Eslovênia, o cirurgião Ricardo Mingarini Terra, Coordenador do Serviço de Cirurgia Torácica do Icesp e Professor Livre-Docente da Disciplina de Cirurgia Torácica da Faculdade de Medicina da USP, recebeu prêmio de melhor trabalho de cirurgia minimamente invasiva de tórax pela Sociedade Europeia de Cirurgia Torácica (ESTS).