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Instituto da Criança comemora 30 anos do primeiro transplante de fígado

O Instituto da Criança do Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), comemora neste mês de setembro os 30 anos do primeiro transplante de fígado. Desde setembro de 1989, cerca de 850 pacientes portadores de doenças hepáticas terminais foram submetidos ao transplante, o que significou uma nova perspectiva de vida a crianças antes condenadas ao óbito em curto espaço de tempo.

Atualmente, o Instituto da Criança é o maior centro universitário de transplante hepático pediátrico do País e um dos mais expressivos do mundo. Os casos atendidos no instituto são os de maior gravidade e complexidade, sendo que cerca de 80% dos pacientes são provenientes de outros estados da Federação. O professor Tannuri explica que, aproximadamente, 60% das crianças que carecem de transplante são acometidas por uma doença chamada atresia de vias biliares. Trata-se do acometimento das vias biliares do fígado, que evolui para uma cirrose e leva o paciente a óbito.

“Outra doença muito grave na criança, e que temos uma grande expertise aqui no instituto, é a hepatite fulminante”, discorre Tannuri. “A criança está bem, mas de repente desenvolve uma falência hepática aguda. Caso não faça o transplante, ela morre em poucas horas, ou no máximo em poucos dias”.

Para esses casos, o Instituto da Criança desenvolveu a possibilidade do transplante hepático inter-vivos. O instituto consegue preparar um doador em poucas horas e realizar o transplante no mesmo dia. “Posso dizer, com muito prazer e realização, que essa é a interface mais maravilhosa da Universidade com a sociedade. Devolvemos para a sociedade aquilo que ela investiu aqui no Hospital das Clínicas”, comenta o professor sobre o trabalho de extensão prestado pela USP, de forma gratuita.

Uenis Tannuri rememora uma fala do reitor da USP, professor Vahan Agopyan, na qual ele enfatiza a importância da extensão universitária, como a prestação de serviços que a Universidade oferece à sociedade. No entanto, Tannuri lamenta a pouca visibilidade que a grande mídia dá para isso: “Me chateia muito ver que as universidade estrangeiras têm maior repercussão na mídia”.