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Inverno mantém exigência de cuidado contra a dengue

Embora seja geralmente associada ao verão, a dengue pode atacar durante o ano todo, e por isso mesmo o cuidado contra o Aedes Aegypti, mosquito transmissor da doença, deve ser constante mesmo nas estações mais frias. Especialistas apontam que o mosquito sofre alterações e modificações genéticas em curtos prazos, mudando tanto de tamanho quanto formato da asa, de acordo com as diferentes estações do ano.

“Percebemos que o patrimônio genético do mosquito é bem rico e dinâmico, ou seja, a espécie tem grande potencial para sofrer alterações. Isso sugere que eles são muito versáteis em explorar novos ambientes e, possivelmente, contornar as nossas tentativas de eliminá-los”, destaca o pesquisador Lincoln Suesdek, do Instituto Butantan, ligado à Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo.

O especialista orientou uma pesquisa feita por estudantes da Universidade de São Paulo, durante 14 meses, por meio da coleta de larvas nos arredores do instituto, no bairro Butantã, zona sul da Capital. “O cuidado com o mosquito, principalmente em São Paulo, deve ser redobrado em todas as épocas do ano. É muito importante o envolvimento da população urbana para evitar a proliferação”, explica Suesdek.

Vale lembrar que muitos cuidados nessa época são deixados de lado. Por exemplo, é comum haver piscinas que ficam sem manutenção durante o inverno, o que mantém elevado o risco de proliferação do Aedes. A preocupação com vasos e bacias também acaba diminuindo, até por causa da diminuição nas chuvas. Os especialistas alertam para que o cuidado seja mantido. “A contaminação é mais rara no inverno, mas pode acontecer sim”, adverte Moisés Goldbaum, chefe da Superintendência de Controle de Epidemias (Sucen), ligada à Secretaria da Saúde.

Proliferação

Os agentes da Sucen auxiliam os municípios nas ações de nebulização para matar o mosquito em fase adulta e eliminação dos criadouros de dengue nas residências. “A utilização de produtos químicos não é suficiente para o controle do mosquito. Para evitar a proliferação do Aedes aegypti, o mosquito transmissor dos vírus da dengue, zika e chikungunya, é fundamental eliminar focos e criadouros”, explica O especialista Dalton Pereira da Fonseca Jr., superintendente da Sucen – Superintendência de Controle de Endemias.