Pular para o conteúdo

Janeiro Branco abre o debate para o cuidado com a saúde da mente

Para ajudar e incentivar as pessoas a prevenir e tratar o adoecimento mental e emocional, o ano começa com a campanha Janeiro Branco “Quem cuida da mente, cuida da vida”, cujo objetivo é colocar o tema em evidência, focando especialmente na ansiedade e na depressão. De acordo com o Atlas da Saúde Mental de 2017, divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), 18,6 milhões de brasileiros sofrem de ansiedade e 11,5 milhões de depressão.

No levantamento de 2018 sobre Qualidade de Vida aplicado entre os colaboradores do Butantan, em uma amostra de 1.187 pessoas, 10,6% apontaram ter ansiedade e 7% indicaram ter depressão. Também, dentro  desta amostra, 3% indicaram ter insônia, um sintoma ligado à depressão e ansiedade.

“Saúde mental não é apenas a ausência de doenças, mas sim o equilíbrio das nossas emoções, dos pensamentos e das nossas atitudes frente a diversas situações do cotidiano. Infelizmente algumas pessoas acham que tratar de saúde mental é falar de um assunto muito difícil, pensam que a pessoa está louca, descontrolada e que precisa ser separada da sociedade ou até da família”, explica Maria Cristina Vendramini [foto], psicóloga do Instituto Butantan, também alertando para o preconceito que cerca o assunto e impede que muitos busquem ajuda profissional.

Por isso, segundo ela, aproveitando a animação de início de ano, o ideal é que, ao fazer os projetos para o novo período, incluir o entendimento das próprias emoções e pensamentos, tanto os positivos quanto os negativos. Também é importante incluir ações e opções de relaxamento durante a rotina, bem como adicionar mais opções de lazer ao melhorar a gestão do próprio tempo, separando uma parte para as obrigações e para o divertimento.

“A dica é que se faça uma auto reflexão, que você se conheça e se perceba para identificar aquilo que gostaria de mudar, ou aquilo que deseja realizar. Também é importante avaliar suas necessidades e expectativas”, diz Maria Cristina.

Sinais

Entre os sinais de alerta de que é o momento para cuidar da saúde mental, estão: timidez excessiva que te impede de realizar ações do cotidiano; isolamento ou afastamento do seu círculo social; baixa autoestima; dificuldade de manter a atenção; insônia; estresse; tristeza ou melancolia persistente; cansaço e esgotamento constante.

Onde buscar ajuda?

Para quem não sabe por onde começar ou tem dúvidas sobre o assunto, saiba que o cuidado com a saúde mental é proporcionado por profissionais formados, como psicólogos, psiquiatras e, em alguns casos, fisioterapeutas, assistentes sociais e fonoaudiólogos. No caso de manifestação de alguma questão, o ideal é que o primeiro passo seja compartilhar sua situação com um profissional que poderá ouvi-lo e ajudá-lo da forma correta.

Maria Cristina lembra que o Ambulatório Médico conta com duas psicólogas e uma assistente social à disposição dos funcionário do IB. Para agendar uma consulta é só ligar nos ramais 9614, 6989 ou 6990 e marcar um horário. “Essa pode ser a porta de entrada para o cuidado à saúde mental. Nós fazemos o acolhimento de quem nos procura e passamos orientações de acordo com a necessidade de cada um. A partir da conversa, a pessoa conseguirá entender o que se passa com ela para seguir se cuidando”, afirma.

Também é possível verificar se o plano de saúde oferece consultas com psicólogos e psiquiatras e avaliar as condições desta opção, assim como quando se busca uma consulta com cardiologista ou ginecologista, por exemplo. Para quem não tem convênio médico, outra opção são cerca de 200 estabelecimentos dedicados aos cuidados da saúde mental na cidade de São Paulo e também as universidades que oferecem ao público orientação psicológica gratuita, como USP, Unip e FMU, localizadas na capital paulista.

“A nossa mente não anda separada do corpo e nós precisamos nos compreender como um todo. Se eu percebo alguns sintomas como insônia, alteração hormonal, queda de cabelo ou alterações na pele, por exemplo, ao buscar atendimento médico para esclarecer a questão, é importante considerar também um adoecimento emocional”, afirma Maria Cristina.