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Laboratórios do Incor estão desenvolvendo vacina contra o coronavírus

Instituto do Coração (Incor) da Faculdade de Medicina da USP com apoio da Fapesp, adota estratégia diferente das indústrias para desenvolver vacina contra o novo coronavírus, doença respiratória infecciosa que acomete a população mundial desde o final de 2019.

A pesquisa realizada pelo Incor se baseia no uso de VLP’s, que por terem características semelhantes às de um vírus são facilmente reconhecidas pelas células do sistema imune. Porém, não têm material genético do vírus, o que impossibilita a replicação. Por isso, são seguras para o desenvolvimento de vacinas.

Gustavo Cabral, pesquisador responsável pelo projeto, afirma que “em geral, as vacinas tradicionais, baseadas em vírus atenuados ou inativados, como a do influenza [causador da gripe], têm demonstrado excelente imunogenicidade, e o conhecimento das características delas serve de parâmetro para o desenvolvimento bem-sucedido de novas plataformas vacinais Mas, neste momento, em que estamos lidando com um vírus pouco conhecido, por questões de segurança é preciso evitar inserir material genético no corpo humano para evitar eventos adversos, como multiplicação viral e possivelmente reversão genética da virulência. Por isso, as formas alternativas para o desenvolvimento da vacina anti-COVID-19 devem priorizar, além da eficiência, a segurança”, acrescentou Cabral.

“Acreditamos que a estratégia que estamos empregando para participar desse esforço mundial para desenvolver uma candidata a vacina contra a COVID-19 é muito promissora e poderá induzir uma resposta imunológica melhor do que a de outras propostas que têm surgido, baseadas fundamentalmente em vacinas de mRNA”, completa Jorge Kalil, O diretor do Laboratório de Imunologia do Incor e coordenador da pesquisa.

O projeto segue em fase de testes e após comprovação da eficácia da vacina, os pesquisadores pretendem estabelecer colaborações com outras instituições de pesquisa para acelerar o desenvolvimento.