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Lavar as mãos é a melhor prevenção para infecções hospitalares

O dia 15 de maio foi instituído pelo Ministério da Saúde como o Dia Nacional do Controle das Infecções Hospitalares. A data tem como objetivo destacar a importância da conscientização e atitudes de prevenção para o controle das infecções hospitalares, característica primordial para classificar a excelência de atendimento em um estabelecimento de saúde.

A higienização das mãos, por exemplo, é uma atitude tão banal quanto fundamental para controlar as infecções. De olho nisso, a recente reforma da Unidade Clínica de Terapia Celular – serviço de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular do HCFMUSP – recebeu tecnologia pioneira no País no que se diz respeito à prevenção de infecções. O sistema automatizado irá monitorar se o profissional higieniza ou não as mãos antes de examinar o paciente, com a ajuda de sensores. A medida “objetiva impedir a transmissão cruzada de microrganismos, uma das principais causadoras da infecção hospitalar”, explica o Prof. Vanderson Rocha, diretor do Serviço de Hematologia e Hemoterapia da Divisão Clínica Médica I e II do HC.

“Os pacientes hematológicos são muito frágeis, pegam doenças facilmente e não raro morrem por conta de infecções hospitalares. A reforma garante que eles não sejam atingidos por essas infecções e para melhorar o conforto das acomodações”, ressalta Vanderson.

O controle da nova instalação será rígido. Os quartos com antecâmaras e pressão positiva do ar, por exemplo, só irão liberar acesso do profissional que higienizar as mãos. Quando, por exemplo, o enfermeiro for lavar as mãos, um sensor de leitura de cartão a distância registrará a sua identificação. Em seguida, a torneira inteligente, com temporizador programado para 60 segundos, emitirá um sinal para o fecho eletromagnético da porta do quarto que, por sua vez, se destravará para o acesso do profissional.

Além dos profissionais da saúde, é fundamental orientar todo o público sobre o cuidado para a correta higienização das mãos. A atitude é uma das metas de segurança do paciente, elaborada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), Anvisa e Ministério da Saúde.

“É um ato simples, seguro e econômico, que pode combater a disseminação de bactérias, vírus e fungos no ambiente hospitalar”, explica o infectologista Alexandre Portelinha. “Os vírus e bactérias estão por toda a parte e é fundamental ter a consciência de que precisamos nos proteger”.

Infecções e as estações mais frias do ano

Uma das principais preocupações por parte dos pacientes e médicos nesta época do ano é a infecção de gripe e resfriado. Apesar de serem doenças diferentes em seus sintomas, a prevenção pode ser a mesma. De acordo com o médico infectologista do Instituto Emílio Ribas Jean Gorinchteyn, “para se proteger de gripe e resfriados, o ideal é lavar sempre as mãos com água e sabão e higienizar-se com álcool em gel constantemente, principalmente quando entrar em contato com superfícies não higienizadas”.

Outra infecção que pode ser recorrentes em épocas mais frias do ano, muito por conta da tendência de ficarmos mais em ambientes fechados, é a conjuntivite. A prevenção, segundo o oftalmologista do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, Marcos Guerra, passa pela higienização das mãos.

Com a chegada do inverno, os pacientes que estão em tratamento oncológico devem ter atenção especial à saúde. Os medicamentos quimioterápicos costumam acentuar a sensibilidade ao frio, provocando nos pacientes a sensação de formigamento ou de choque, principalmente nas mãos e nos pés.

A medicação também provoca queda na imunidade, aumentando o risco de infecções respiratórias como resfriados e sinusites. Para prevenção, “é essencial lavar bem as mãos com água e sabão, diversas vezes ao dia, além de evitar ambientes fechados e climatizados. Os pacientes que estão internados não devem receber visitantes que estejam com os sintomas da gripe”, detalha a oncologista clínica do Icesp, Maria Del Pilar Esteves Diz.