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Lei Antifumo mudou comportamento das pessoas

É comum as pessoas pensarem em programas de saúde pública apenas em relação a hospitais e médicos, mas uma estratégia voltada a esse setor pode estar fora dos corredores das clínicas. Um exemplo disso foi praticado em agosto de 2009 pelo Estado de São Paulo, quando deu um importante passo em defesa da saúde pública ao colocar em vigor a Lei Antifumo.

Maria Cristina ainda ressalta o tamanho dessa vitória. “Mudar comportamento é difícil, às vezes se levam décadas. Conseguimos, no Estado, em pouco tempo, mudar o comportamento das pessoas em relação a fumar em ambientes fechados.”

Com ela, ficou proibido fumar em estabelecimentos comerciais de uso coletivo, como bares, restaurantes e casas noturnas, sujeito à multa para os interventores. Segundo a diretora técnica do Centro de Vigilância Sanitária, Maria Cristina Megid, “em apenas 17 meses de vigência da lei, o paulista evitou 581 óbitos por infarto do miocárdio e 228 por AVC”, comemora. “São números impactantes, que nos trazem a certeza de que estamos no caminho certo, cuidando da saúde e orientando a população.”

Realmente não é fácil, e os números mostram isso. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, 6 milhões de pessoa morrem em todo o mundo em decorrência do consumo de tabaco. Em 2030, a OMS estima que morrerão 8 milhões. O cigarro contém mais de 4,7 mil substâncias tóxicas e nicotina, que causa dependência física ou psíquica. Não existem níveis seguros para consumo.

A psicóloga especialista Ivone Charran reforça. “Cerca de 5% dos fumantes conseguem abandonar o cigarro sozinhos, sem tratamento ou acompanhamento médico. O restante, ou 95%, precisam de ajuda especializada. Parar de fumar não é fácil.”

Dono de uma casa noturna na zona Oeste de São Paulo, Jacó Miranda, relata as mudanças comportamentais que a Lei Antifumo trouxe ao ambiente. “Antes, as pessoas saiam do nosso estabelecimento com cheiro de cigarro, era uma neblina de fumaça”, disse.

Pedro Nogueira que frequente o local há 10 anos, relata as mudanças. “Melhorou muito os ambientes fechados após a criação da Lei. No passado, tinha locais que eu deixava de ir por conta do excesso de fumantes que iam lá e não respeitavam o ambiente”, esclarece.