Pular para o conteúdo

#MaioAmarelo: número de acidentes fatais de trânsito cai 15% em SP

De acordo com dados fornecidos pelo Infosiga SP, sistema de dados do Governo de São Paulo, o número de acidentes fatais de trânsito volta a cair no Estado. No mês de abril foram registrados 400 óbitos, queda de 15,1% na comparação com o mesmo período do ano passado (471 ocorrências).

O recuo dos índices foi observado em todos os modais de transporte e também em vias municipais e rodovias. É o terceiro mês consecutivo de reduções. No acumulado do ano, a queda é de 4,6% (1.605 vítimas fatais entre janeiro e abril contra 1.683 no mesmo período de 2018).

Os números são animadores justamente neste mês que é celebrado o mês de #MaioAmarelo, movimento mundial para conscientizar a sociedade sobre o alto índice de mortes e feridos no trânsito – principalmente em grandes cidades como São Paulo.

O Infosiga SP também aponta redução dos índices em 10 das 16 regiões administrativas do Estado. Em duas os índices permaneceram estáveis (Santos e Registro). Houve queda nas regiões Metropolitana de São Paulo (19%), Campinas (18%), Sorocaba (8%), São José do Rio Preto (18%), Bauru (40%), Central (26%), Presidente Prudente (43%), Araçatuba (60%), Franca (20%) e Itapeva (13%).

Houve aumento nos índices nas regiões de São José dos Campos (9%), Ribeirão Preto (6%), Marília (50%) e Barretos (75%).

Entre os acidentes em que foi possível identificar com precisão o local da ocorrência, a maior parte aconteceu em vias municipais (55%), enquanto (45%) foram em rodovias. Acidentes fatais em ruas e avenidas tiveram redução de 16,2%. Nas rodovias que cortam o Estado, foi registrada redução de 8,9% nas ocorrências.

#MaioAmarelo

Desde 2014, é celebrado durante o mês de maio o #MaioAmarelo. O movimento mundial nasceu para conscientizar a sociedade sobre o alto índice de mortes e feridos no trânsito – principalmente em grandes cidades como São Paulo. Durante esse período, ações são feitas para alertar a população sobre a importância de manter uma relação de segurança e respeito no trânsito.

O fator humano é o principal causador de acidentes fatais no Estado de São Paulo. Segundo Ricardo Vanzetto, gerente médico do Grau (Grupo de Resgate e Atendimento às Urgências), da Secretaria, o consumo de bebidas alcoólicas e o uso de estimulantes estão entre os principais responsáveis pelos acidentes que vitimam jovens do sexo masculino. “Dormir pouco, fumar demais e comer mal são combinações perigosas que colocam em risco à vida de jovens motoristas”, explica.

A embriaguez e a falta de educação no trânsito é motivo também para um grande número de acidentes envolvendo ciclistas. “O número de acidentes graves envolvendo ciclistas continua alto porque as bicicletas precisam dividir cada vez mais espaço com os veículos. É preciso haver respeito mutuo e mais locais sinalizados e adequados aos ciclistas”, afirma Hassan Yassine Neto, médico socorrista do Grau.

Mais comum que acidentes envolvendo ciclistas são fatalidades relacionadas a motociclistas. Segundo pesquisa feita pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, o principal motivo é a imprudência de quem dirige a moto e/ou de quem dirige o automóvel. “A culpa divide-se igualmente entre motociclistas e motoristas”, diz Júlia Greve, médica do Instituto de Ortopedia e Traumatologia do HC. “Há um despreparo dos condutores para direção veicular em ambiente congestionado das grandes cidades”.

Lei Seca

A Lei Seca é conhecida pela “Tolerância Zero”. Isso significa que não existe qualquer quantidade de bebida alcoólica aceitável pela legislação, nem mesmo uma ou duas latinhas de cerveja. O álcool reduz os reflexos e a capacidade de reação do condutor e dirigir exige máxima atenção. E não adianta tentar “burlar” o bafômetro na hora de fazer o teste ao ser abordado em uma blitz.

“Vale lembrar que a simples recusa a se submeter ao teste já gera a multa de quase R$ 3 mil. Mas o maior prejuízo, com certeza, é provocar um acidente e ferir alguém ou se machucar, algo que poderia ser evitado chamando um carro por aplicativo, por exemplo”, ressalta Maxwell Vieira, diretor-presidente do Detran.SP.

A multa aplicada a quem é flagrado dirigindo alcoolizado é de R$ 2.934,70 e, se apresentar índice a partir de 0,34 miligramas de álcool por litro de ar expelido no teste, automaticamente comete crime de trânsito, mesmo que não tenha se envolvido em acidente. Além disso, o condutor multado por alcoolemia neste fim de ano tem a CNH suspensa pelo período de 12 meses.