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Medicina Hospitalista dinamiza formação médica

“Medicina Hospitalista é um ramo bem definido da Clínica Médica”. Essa definição é feita pela Supervisora do Programa de Residência em Clínica Médica, a Profª. Drª. Maria do Patrocínio Tenório Nunes.

Como Professora Assistente do Departamento de Clínica Médica da FMUSP, na Disciplina de Clínica Geral e Propedêutica, ela dedica-se ao Programa de Medicina Hospitalista no HCFMUSP. “A Diretoria Clínica teve visão moderna e contemporânea. Entendeu que, dada a complexidade dos pacientes em nível terciário, é fundamental esse cuidado hospitalista”.

Ela ainda lembra que a Diretora Clínica do HCFMUSP, a Profª. Drª. Eloísa Silva Dutra de Oliveira Bonfá, “consciente da importância dessa modalidade de assistência, criou o Programa para os 26 leitos da Enfermaria do 5º andar do Instituto Central”, acrescenta.

Para a professora, a Medicina Hospitalista cresceu provavelmente em razão da maior complexidade dos pacientes: “Na medida em que a Medicina prolonga a vida média das pessoas, o resultado é a somatória do que chamamos co-morbidades (duas ou mais doenças diferentes no mesmo paciente), o que requer mais conhecimento médico”.

Paciente com anemia falciforme (doença genética e hereditária que altera glóbulos vermelhos) dispõe de médico com conhecimento mais geral acompanhando as complicações cuidadas por outros colegas. É o que acontece, também, com aquele que tem comprometimento cardíaco, renal, pulmonar, hepático. Vários especialistas cuidarão desse paciente.

Implementação no HC

A Diretoria Clínica iniciou, em dezembro de 2016, a implantação da equipe de médicos hospitalistas, com a coordenação do grupo de gestão hospitalar, para melhorar a assistência de pacientes de alta complexidade provenientes do Pronto-Socorro e internados aos cuidados de especialidades cirúrgicas.

A atuação da equipe de Hospitalistas começou na Neurocirurgia e depois foi ampliada com a parceria da Disciplina de Clínica Geral e Propedêutica, envolvendo os pacientes da Cirurgia Vascular.

Um hospitalista pediátrico foi incorporado à equipe em 2017 e, desde março de 2018, uma equipe de clínicos passou a ser responsável por uma das enfermarias de retaguarda do Pronto-Socorro, consolidando a implantação do Programa.

“O Programa permite maior qualidade e segurança ao paciente de alta complexidade”, observa a Drª Beatriz Perondi.

Nesta unidade de internação, a coordenação dos fluxos e internações dos doentes fica a critério do Plantão Controlador/Gestão de Leitos, e a coordenação didática está sob a responsabilidade do Dr. Edison Paiva, da Clínica Médica.

“Esse Programa é muito importante na coordenação do cuidado do paciente complexo, que necessita da assistência de várias equipes” – destaca a Drª Leila Suemi Harima. Os resultados positivos são de grande significado na atividade diária do HCFMUSP.

História

Criada nos Estados Unidos, na década de 90, a Medicina Hospitalista foi introduzida, inicialmente, na enfermaria da Cirurgia Vascular do HCFMUSP com dois médicos que fizeram três anos de Clínica Médica e com excelente formação. O sucesso do Programa foi avalizado por todos envolvidos no trabalho, permitindo o planejamento da formação do médico no terceiro ano de residência.

O projeto está se expandindo para a área de Cirurgia Vascular (cuida de pacientes diabéticos, hipertensos, fumantes, que desenvolveram lesão vascular, tanto macroscópica quanto microscópica). E também para a área que atende pacientes neurocirúrgicos, que apresentam sequelas e consequências terapêuticas.

Para a Profª. Maria do Patrocínio, a Medicina Hospitalista permite uma reflexão sobre o paciente que está numa UTI. “É preciso que um hospitalista faça um acompanhamento conjunto com aquele colega intensivista, planejando a saída desse paciente da UTI”.

“Isso reduz as reinternações em UTI, melhorando a segurança do paciente. Acontece o mesmo na transição da sala de emergência para a enfermaria de hospitalista. E igualmente na transição da enfermaria de hospitalista para o ambulatório”, destaca.