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Moradores do Grande ABC são mais ativos que o resto do país

65% da população regional pratica pelo menos 30 minutos diários de atividade física, conforme recomendado pela OMS; índice brasileiro é de 55%; pesquisa contou com 11 mil participantes

Uma pesquisa inédita da Secretaria de Estado da Saúde feita em parceria com o Celafiscs (Centro de Estudos do Laboratório de Aptidão Física de São Caetano do Sul), revela que a população adulta do Grande ABC pratica mais atividades físicas do que o restante do país.

O resultado mostra que 65% da população regional pratica exercícios conforme a recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS): 30 minutos diários de atividade física de moderada a vigorosa, ou no mínimo 150 minutos por semana. O índice mediano do Brasil é dez pontos percentuais menor que o verificado na região.

Os dados foram detectados a partir do levantamento da prática de atividade física, nos últimos 11 anos, em sete cidades que formam o Grande ABC: Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, Diadema, Mauá, Rio Grande da Serra e Ribeirão Pires. Aproximadamente 7 mil pessoas, com idade entre 18 e 70 anos, foram entrevistadas no decorrer dessa série histórica.

Verificou-se, ainda, que as mulheres do Grande ABC são mais ativas do que os homens, ao contrário do que ocorre em outros municípios. A recomendação da OMS é seguida por 69% do público feminino, índice superior ao dos homens, de 63%.

Todos os entrevistados são questionados sobre o tempo utilizado e a frequência, em dias, para os três níveis de atividade física – leve (caminhada normal, em ações rotineiras); moderada (estruturada e com respiração mais intensa); e vigorosa (caracterizada pelo aumento do batimento cardíaco e da temperatura corporal e pela respiração com maior dificuldade).

“Convencionalmente, os homens se exercitam de forma mais estruturada e intensa, em comparação ao público feminino. Porém, observamos que as mulheres praticam atividades físicas leves com maior frequência, pois, de modo geral, são as responsáveis por cumprir tarefas que podem envolver caminhadas durante o deslocamento, seja conduzindo os filhos à escola, acompanhando familiares ao médico, ou nas idas ao mercado, por exemplo”, comenta o professor.

O levantamento por município mostra que Mauá é a cidade mais ativa da região. Lá, a recomendação da OMS é cumprida por 73,1% da população, que totaliza aproximadamente 425 mil habitantes. Já Ribeirão Pires tem o maior índice de sedentarismo da região, que abrange 39% de seus 418 mil moradores. Ainda assim, o número é positivo, se comparado ao cenário nacional.

A pesquisa foi desenvolvida com base em diretrizes científicas, considerando-se a heterogeneidade social em todos os aspectos (classe econômica, sexo e faixa etária da população adulta, variável entre 18 e 70 anos). O intervalo de confiança é de 95%, com margem de erro de 3 a 4 pontos percentuais. Embora a amostragem seja regional, os números podem ser considerados representativos da população paulista como um todo.

O professor Timóteo Araújo explica, ainda, que os níveis de atividade física estão diretamente relacionados a fatores socioeconômicos, culturais, educacionais, às condições de acessibilidade e mobilidade, bem como ao uso de tecnologias que favorecem o sedentarismo. “É importante estimular as pessoas a praticar atividades físicas regularmente, pois são grandes aliadas na prevenção de diversas doenças, como o sobrepeso e a obesidade. O deslocamento por meio de caminhadas e bicicletas, para as tarefas do dia a dia, mostra-se uma alternativa para quem não consegue conciliar a agenda com academias e exercícios programados, por exemplo”, finaliza Araújo.

 

Confira a proporção de indivíduos que seguem a recomendação da OMS, por município do Grande ABC:

Cidade

% de cumprimento

São Caetano do Sul

63,3

Santo André

64,7

São Bernardo do Campo

65,5

Ribeirão Pires

61

Mauá

73,1

Diadema

64,2

Rio Grande da Serra

72