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Ossos e tendões podem ser doados

Transplante de ossos é algo mais comum do que podemos imaginar. No ano passado, cerca de 21 mil transplantes deste tipo foram realizados no país. Um único doador pode beneficiar até 200 pessoas, entre cirurgias ortopédicas e odontológicas.

Todo o procedimento só é realizado após a autorização da família.

Central de Transplantes

A Central de Transplantes do governo do Estado de São Paulo, vinculada à Secretaria de Estado da Saúde, e o Sistema Estadual de Transplantes, completam, no próximo mês de julho, 22 anos de existência com um saldo de mais de 101 mil doadores paulistas e mais de 117 mil transplantes realizados, dos quais 33 mil de órgãos e 84 mil de córneas (consideradas como tecidos). No período, foram registrados 13,5 mil doadores de órgãos e 90 mil doadores de córneas.

Em mais de duas décadas, a Central de Transplantes detectou aumento de 916% no número de doadores-cadáveres no Estado de São Paulo, que passou de 83 em 1997 para 844 no ano passado, que bateu o recorde da série histórica. Consequentemente, o número de procedimentos cresceu 890%, com mais de 2 mil transplantes realizados em 2016, contra 213 em 1997.

A implantação do sistema estadual, em julho de 1997, ajudou a tornar a regulação da distribuição de órgãos captados mais justa e transparente. Foram estabelecidos critérios de tempo de espera dos pacientes inscritos, compatibilidade e gravidade.

 

“A nossa maior conquista é garantir todos os princípios e equidade com essas pessoas., diz Marizete Medeiros, coordenadora da instituição. Entretanto, ainda existe a preocupação com a conscientização da população sobre a importância deste ato.

O promotor de vendas Rodrigo Sanchez passou recentemente por um transplante de rim e está feliz da vida. Porém, antes de passar pelo procedimento, tudo exigia muito cuidado. “Na fila, nunca sabemos quando seremos chamados. Pode demorar um dia ou anos. Quando fui chamado, senti muito medo, mas muita alegria também. Beber água e urinar normalmente é muito gratificante”, relata.

O mesmo drama atravessado pelo autônomo Marcos Antonio Trentin, que antes de receber um novo fígado, sofria muito com as dores, perdendo as forças e até a possibilidade de caminhar. “Eu não queria fazer, mas depois de transplantado, eu tenho uma vida melhor do que eu tinha antes de ficar doente”.

Para ser doador de órgãos só é possível com a autorização da família. Apenas desta maneira que ela é efetivada, explica João Erbs, diretor da Central de Transplantes do Estado.