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Parques de São Paulo recebem mutirão no ‘Dia D’ de combate ao Aedes aegypti 

Nesta sexta-feira (30), no ‘Dia D’ de combate ao Aedes aegypti, parques públicos localizados na capital paulista terão uma ação especial de eliminação de criadouros do mosquito transmissor de dengue, zika e chikungunya. Agentes da Sucen (Superintendência de Controle de Endemias) farão varreduras nos parques da Juventude, Horto Florestal (zona Norte), Guarapiranga (zona Sul), Villa Lobos e Água Branca (zona Oeste), com apoio da Secretarias de Estado do Meio Ambiente.

Por todo o território paulista, órgãos públicos e sociedade civil têm trabalho conjuntamente em ações educativas e de campo, sobretudo em municípios e áreas com maiores índices de infestação de Aedes. A proposta é  estimular e conscientizar a população quanto à importância da retirada e eliminação dos focos de proliferação do mosquito existentes nas casas e em imóveis públicos.

A iniciativa integra a campanha estadual “Todos juntos contra o Aedes aegypti”, que mobilizou mais de 25 mil agentes estaduais e municipais em ações de campo para atuar  “Semana Nacional de Mobilização Contra o Aedes aegypti”, iniciada na segunda-feira, 26 de novembro.

Neste ano, além das atividades programadas por cada Prefeitura, atividades educativas e de eliminação de com foco em áreas públicas foram coordenadas intersecretarialmente pela Sala de Comando e Controle Estadual das Arboviroses, com orientação da Sucen e apoio da sociedade civil.

“Contamos com o apoio dos órgãos públicos e da sociedade civil para manter a vigilância e as ações de combate ao mosquito Aedes aegypti. Estamos engajados nesta ‘Semana de Mobilização’ e seguiremos atuando, juntos, em ações de prevenção contra dengue, zika e chikungunya”, afirma o secretário de Estado da Saúde de São Paulo, Marco Antonio Zago.

Cenário

Segundo o Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti  (LIRAa) realizado entre outubro e novembro, dos 638 municípios avaliados, 406 apresentam situação satisfatória, 190 estão em alerta e 42 em risco.

Balanço realizado pela Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, com base nos dados informados pelos municípios paulistas por intermédio do Sinan (Sistema de Informação de Agravos de Notificação), mostra que o número de casos de dengue no Estado caiu 99% em dois anos: de 678.031 em 2015, para 162.497 em 2016, e 6.269 em 2017. Em 2018, até 6 de novembro, foram confirmados 9.181 casos autóctones da doença.

Com relação à chikungunya, SP registrou, neste ano, 209 casos autóctones. No ano passado inteiro foram confirmados 354 casos.

Quanto ao zika vírus, foram confirmados 123 casos autóctones em 2018. Em 2017, foram 121 casos.

Sucen

A Superintendência de Controle de Endemias do Estado de São Paulo é responsável pelo controle das questões sanitárias que atingem de forma endêmica a população, como o controle de dengue e de febre amarela, malária, doença de chagas, leishmaniose e esquistossomose.

Os agentes da Sucen auxiliam os municípios nas ações de nebulização para matar o mosquito em fase adulta e eliminação dos criadouros de dengue nas residências. “A utilização de produtos químicos não é suficiente para o controle do mosquito. Para evitar a proliferação do Aedes aegypti, o mosquito transmissor dos vírus da dengue, zika e chikungunya, é fundamental eliminar focos e criadouros”, explica o especialista Dalton Pereira da Fonseca Jr., superintendente da Sucen.

Durante o verão, é preciso redobrar os cuidados com o mosquito. Por ser um período quente e com frequentes pancadas de chuva, a velocidade de reprodução do mosquito é ampliada. Além da dengue, existe o temor pela zika e chikungunya.

O orquidófilo Domingos Astrini tem um criadouro de orquídeas e toma muito cuidado para evitar que o mosquito se prolifere. “Procuro mantê-las num ambiente médio de umidade e hidratação, deixo as plantas em cima de telas, não utilizo pratinhos para não acumular água e tornar o ambiente um criadouro do mosquito”, explica.

Porém, o mosquito da dengue tem evolução rápida e pode sobreviver à todas as estações do ano. Uma pesquisa do Instituto Butantan, unidade ligada à Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo e um dos maiores centros de pesquisa biomédicas do mundo, constatou que o Aedes Aegypti possui patrimônio genético muito grande e variável mesmo no inverno, época de baixa incidência do inseto.

Por meio de armadilhas, foram coletados os ovos, pupas e larvas do animal em seis áreas distintas. O estudo utilizou o total de 150 fêmeas para o seu desenvolvimento e avaliou as variações genética e morfológica do mosquito, além de ter levado em consideração as questões demográficas de dispersão e evolutivas destes insetos em áreas urbanas.

“Percebemos que o patrimônio genético do mosquito é bem rico e dinâmico, ou seja, a espécie tem grande potencial para sofrer alterações. Isso sugere que eles são muito versáteis em explorar novos ambientes e, possivelmente, contornar as nossas tentativas de eliminá-los”, destaca Lincoln Suesdek, pesquisador do Laboratório de Parasitologia do Instituto Butantan e coordenador da pesquisa.