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Pérola Byington celebra aniversário do ‘Projeto Colorir’, de pigmentação de mama

A etapa de tratamento costuma ser muito delicada para as pacientes com câncer de mama. Após todo o processo cirúrgico que envolve a retirada da mama, as mulheres precisam lidar com a falta de autoestima ao não reconhecer o próprio corpo no simples ato que é se olhar no espelho. A fim de evitar mais um trauma deste processo, o Hospital Estadual Pérola Byington, referência em saúde da mulher, em parceria com o Instituto Vencer o Câncer, mantém iniciativa que visa reconstruir a aparência de aréolas mamárias de forma gratuita as pacientes que passaram por cirurgias de remoção e reconstrução da mama por meio de dermopigmentação, uma espécie de tatuagem.

Neste ano, o “Projeto Colorir” comemora um ano de existência. O projeto já realizou o procedimento em mais de 70 pacientes do Pérola Byington, colaborando com a recuperação das mulheres com câncer que passaram pelos procedimentos de mastectomia (cirurgia de retirada da mama) e reconstrução mamária.

“O Projeto Colorir ajuda mulheres acometidas pelo câncer de mama, que já realizaram a mastectomia, a recuperarem sua confiança e a autoestima após esse momento difícil em suas vidas”, explica o diretor do Pérola Byington, Luiz Gebrim.

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A dermopigmentação paramédica cria uma nova aréola nos seios das pacientes, além de recobrir as cicatrizes indesejáveis deixadas pelas cirurgias. As pacientes passam por avaliação médica e cada caso é analisado individualmente para evitar riscos indesejáveis à saúde da mulher.

“Para muitas pacientes, é muito delicado se apresentar para o parceiro sem o desenho que configura a mama”, explica a coordenadora de psicologia do Hospital Pérola Byington, Eliane Machado Tostes. “É um momento de retomada. Depois da cirurgia de reconstrução da mama, a pigmentação serve para a mulher poder olhar para si e se reconhecer como era antes”.

A pedagoga Salete Ferreira é uma das pacientes que realizaram a dermopigmentação. “A autoestima melhora muito. Era bem esquisito quando eu me olhava no espelho, sem o bico nem a auréola”, conta ela.

O SUS paulista oferece procedimentos de mastectomia e reconstrução mamária (com implante de prótese) por meio de serviços de referência, a exemplo do Pérola Byington. Ambos os procedimentos são realizados somente mediante prescrição médica, no momento adequado para a paciente.

A Diretora de Cirurgia Plástica do Hospital Pérola Byington, Ana Claudia Buratini, explica que as pacientes que procuram o serviço ficam inseguras em procurar um estúdio de tatuagem para fazer uma operação. Mas quando um hospital oferece esse serviço elas procuram de imediato.

“A paciente já foi mutilida na mama e depois é mutilada em sua região íntima. Passar por todo o processo cirúrgico e de cicatrização é muito delicado”, conta Ana Claudia. “Hoje em dia, você consegue simular perfeitamente a auréola sem a necessidade de uma cirurgia. Sem a opção da pigmentação, a opção normalmente é submeter as pacientes a uma cirurgia, ou seja, a retirada do tecido de outra parte do corpo (normalmente da parte íntima da mulher)”.