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Programa Recomeço ajuda na reestruturação das famílias dos dependentes químicos

 

O Programa Recomeço, criado pelo Governo de Estado e pela Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, e que oferece apoio às famílias dos usuários de drogas, já atendeu centenas de pessoas.

As mães de usuários de álcool e drogas, especialmente de crack, procuram orientação sobre o que fazer com os seus filhos no Recomendo Família, um braço do Programa Recomeço. Os principais motivos que levam os familiares até o programa são informações para lidar com a situação e a busca por tratamento e internações.

Robson Manoel M. Silva, internado pelo Programa Recomeço, conta que sua história com as drogas começou aos 14 anos, fumando maconha. “Com 15 anos eu já cheirava cocaína e com 22 anos o crack entrou forte na minha vida. Essa droga faz você virar, praticamente, um lixo, porque você não se cuida, não se trata, não se alimenta. Espero sair daqui e seguir com o tratamento para viver livre das drogas”, comenta.

Ronaldo Laranjeira, coordenador do Programa Recomeço, explica que a maior parte das pessoas que começam a usar drogas acham que as elas vão melhorar a sua vida. Imaginam, por intermédio de amigos que já usaram, que a droga tem um efeito positivo. “A busca acontece motivada por uma experiência social ou então para relaxamento. Elas usam ou começam a experimentar para que a vida fique mais interessante e tenha esse conjunto de prazeres”, ressalta.

O menor G.N.A, de 15 anos, começou a usar drogas depois de experimentar por curiosidade. “Acabei me envolvendo e algumas pessoas passaram a me valorizar depois que comecei a usar drogas. Foi assim que fiquei viciado”.

Karina Gonçalves da Silva, de 23 anos, experimentou pela primeira vez com 15 anos ao lado dos outros dois irmãos. “Entrei no crack para emagrecer e faz oito anos que estou viciada. A gente acha que usando droga vai se sentir mais liberta, mas na verdade fica ainda mais presa”. Grávida, ela seguiu usando a droga, mas depois de fazer a primeiro ultrassom, decidiu dar um basta. “Ao ouvir o coração, decidi que não quero que meu filho nasça com algum problema”, conta.

“O que os usuários menos pensam na fase da experimentação é sobre os efeitos negativos das drogas. A partir do momento que a pessoa tenha o interesse em usar, as consequências ficam de lado”, comenta Laranjeira.

Quando um membro da família começa a usar drogas, ele dedica maior tempo ao vício e vai abandonando suas atividades. Ele se afasta das atividades às quais estava integrado e se torna um estranho no convívio diário.

Os sinais de que o filho estava usando drogas chegaram para Avandete Ribeiro através da agitação, pela necessidade de sair a todo momento e as festas diárias. “Eu ia atrás dele e o achava muito estranho. Não era o mesmo menino de antigamente. É preciso ficar atenta porque quando os filhos estão sob o efeito da droga, eles mentem muito, então não sabemos o que realmente está acontecendo”, se emociona.

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