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Reabilitação do HC oferece recursos para paciente superar incapacidades

O Instituto de Medicina Física e Reabilitação (IMRea) do Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina tem se mostrado uma referência quando o assunto é a reabilitação de pacientes. Tecnologia avançada e atenção especial aos pacientes com alguma deficiência são alguns dos pontos que fazem o Instituto ser reconhecido.

Outro aspecto é a experiência do paciente, o valor em saúde é uma preocupação dos médicos fisiatras. O tema é cada vez mais importante quando falamos em investimentos na área da saúde. Por isso, é um dos focos na formação de especialistas que cursam os programas de pós-graduação na Faculdade de Medicina e no Imrea.

“A intervenção do médico fisiatra beneficia 72% de todos os dias vividos com alguma incapacidade”, aponta a professora da Faculdade de Medicina Linamara Rizzo Batistella, vice-presidente do Conselho Diretor do IMRea.

A economia da saúde tradicional trabalha o valor como custo inicial do tratamento. Linamara defende que essa perspectiva é ultrapassada. “Quando o paciente retorna para a sociedade, ele tem condições de devolver aquilo que foi investido nele na forma de terapia”, afirma.  Sem a reabilitação, essa pessoa poderia ficar restrita a um leito. A medicina física permite então que ela volte ao mercado produtivo. “Dá ferramentas para superar a incapacidade”, alega a médica.

No aspecto de recuperação da mobilidade, o grande desafio é voltar às atividades cotidianas, destaca Maria Cecilia dos Santos, diretora de Fisioterapia do IMREA. “Os programas da Fisioterapia visam o máximo de independência funcional do paciente, principalmente para recuperar a autonomia para realizar ações rotineiras; são exercícios específicos com o paciente no ambiente terapêutico”, complementa Cecília.

Ainda assim, a professora aponta as barreiras que as pessoas com deficiência podem encontrar. São empecilhos do cotidiano. A calçada irregular, a escada onde deveria haver rampa. A sociedade, embora avance, apresenta bloqueios no âmbito das atitudes. “Não conhecemos e não conseguimos entender amplamente as diferenças do paciente. A experiência dentro do Centro de Reabilitação serve para empoderá-lo. Visa à necessidade de inclusão”, esclarece.

Os avanços tecnológicos melhoraram as técnicas de terapia, assim como as de diagnóstico. “Entendendo se a lesão é relacionada ao sistema nervoso, ou ao locomotor, nos permite atuar de forma global”, explica a médica. Desta maneira, os profissionais da saúde compreendem a sequela e entendem a capacidade do paciente de adaptar seu organismo para superar a lesão, de acordo com ela. “Mapeamento cerebral por estimulação magnética, ressonância magnética funcional, todas as tecnologias diagnósticas nos ajudaram a entender melhor como funciona o cérebro da pessoa com incapacidade”, indica.

Em conjunto com o Massachusetts Institute of Technology, o Imrea desenvolve uma análise das atividades cerebrais de pessoas que passaram por amputações. “Buscamos compreender não a falta do membro, mas sim a pessoa, a fim de montar uma estratégia voltada àquele paciente”, ressalta Linamara. “Às vezes, basta simplesmente um treino funcional para que ele readquira a condição de deslocamento”, completa.