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São Paulo orienta municípios a prorrogarem ações de combate ao Aedes

A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo orienta os municípios paulistas a prosseguirem com as ações de combate ao Aedes Aegypti por, pelo menos, mais uma semana, reforçando a campanha estadual “Todos juntos contra o Aedes aegypti”.

A estratégia segue a orientação do Ministério da Saúde para que as medidas de combate ao transmissor da dengue, zika e chikungunya, sejam realizadas até o dia 8 de dezembro, quando deve ocorrer um segundo ‘Dia D’ no país. A finalidade é mobilizar sobretudo as cidades que estão com índices elevados de proliferação do mosquito.

Ações educativas e varreduras de espaços públicos para prevenção das doenças e do controle do vetor podem e devem ser continuadas em todas as áreas, em especial os imóveis públicos. Os municípios têm a recomendação para fazer as atividades conforme a necessidade de cada local, incluindo medidas como distribuição de materiais informativos e educativos, rodas de conversas e oficinas, a fim de estimular e conscientizar a população quanto à importância da retirada e eliminação dos criadouros existentes nas casas.

Durante a “Semana Nacional de Mobilização contra o Aedes Aegypti”, realizada entre os dias 26 e 30 de novembro, além das atividades programadas por cada Prefeitura, houve ênfase no trabalho de campo para combater a proliferação do mosquito em áreas públicas, com apoio de órgãos públicos em geral.

O primeiro ‘Dia D’ de combate ao mosquito foi na sexta-feira, 30 de novembro, com a intensificação do trabalho de campo, com atuação de agentes públicos e sociedade civil, sobretudo em municípios e áreas com maiores índices de infestação.

As atividades realizadas no decorrer da campanha foram coordenadas intersecretarialmente pela Sala de Comando e Controle Estadual das Arboviroses, com trabalho de campo e orientação da Sucen (Superintendência de Controle de Endemias).

“É fundamental trabalharmos para eliminar os potenciais criadouros do Aedes aegypti, de forma eliminar as possibilidades para o mosquito se reproduzir no período de verão e de chuvas. Contamos com o apoio de toda a população para trabalharmos juntos nessa tarefa”, afirma o secretário de Estado da Saúde de São Paulo, Marco Antonio Zago.

Cenário

Balanço realizado pela Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, com base nos dados informados pelos municípios paulistas por intermédio do Sinan (Sistema de Informação de Agravos de Notificação), mostra que o número de casos de dengue no Estado caiu 99% em dois anos: de 678.031 em 2015, para 162.497 em 2016, e 6.269 em 2017. Em 2018, até 6 de novembro, foram confirmados 9.181 casos autóctones da doença.

Com relação à chikungunya, SP registrou, neste ano, 209 casos autóctones. No ano passado inteiro foram confirmados 354 casos.

Quanto ao zika vírus, foram confirmados 123 casos autóctones em 2018. Em 2017, foram 121 casos.

Segundo o Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti (LIRAa) realizado entre outubro e novembro, dos 638 municípios avaliados, 406 apresentam situação satisfatória, 190 estão em alerta e 42 em risco (veja a seguir). A classificação de um local como satisfatório, alerta ou risco é calculada com base no Índice de Infestação Predial (IIP). Esse indicador entomológico é calculado pelo número de recipientes com presença de larvas de Aedes aegypti em 100 imóveis pesquisados, sendo considerados satisfatórios aqueles com até 1; alerta, de 1 a 3,9; e risco, acima de 3,9.

Sucen

A Superintendência de Controle de Endemias do Estado de São Paulo é responsável pelo controle das questões sanitárias que atingem de forma endêmica a população, como o controle de dengue e de febre amarela, malária, doença de chagas, leishmaniose e esquistossomose.

Os agentes da Sucen auxiliam os municípios nas ações de nebulização para matar o mosquito em fase adulta e eliminação dos criadouros de dengue nas residências. “A utilização de produtos químicos não é suficiente para o controle do mosquito. Para evitar a proliferação do Aedes aegypti, o mosquito transmissor dos vírus da dengue, zika e chikungunya, é fundamental eliminar focos e criadouros”, explica o especialista Dalton Pereira da Fonseca Jr., superintendente da Sucen.

Durante o verão, é preciso redobrar os cuidados com o mosquito. Por ser um período quente e com frequentes pancadas de chuva, a velocidade de reprodução do mosquito é ampliada. Além da dengue, existe o temor pela zika e chikungunya.

O orquidófilo Domingos Astrini tem um criadouro de orquídeas e toma muito cuidado para evitar que o mosquito se prolifere. “Procuro mantê-las num ambiente médio de umidade e hidratação, deixo as plantas em cima de telas, não utilizo pratinhos para não acumular água e tornar o ambiente um criadouro do mosquito”, explica.

Porém, o mosquito da dengue tem evolução rápida e pode sobreviver à todas as estações do ano. Uma pesquisa do Instituto Butantan, unidade ligada à Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo e um dos maiores centros de pesquisa biomédicas do mundo, constatou que o Aedes Aegypti possui patrimônio genético muito grande e variável mesmo no inverno, época de baixa incidência do inseto.

Por meio de armadilhas, foram coletados os ovos, pupas e larvas do animal em seis áreas distintas. O estudo utilizou o total de 150 fêmeas para o seu desenvolvimento e avaliou as variações genética e morfológica do mosquito, além de ter levado em consideração as questões demográficas de dispersão e evolutivas destes insetos em áreas urbanas.

“Percebemos que o patrimônio genético do mosquito é bem rico e dinâmico, ou seja, a espécie tem grande potencial para sofrer alterações. Isso sugere que eles são muito versáteis em explorar novos ambientes e, possivelmente, contornar as nossas tentativas de eliminá-los”, destaca Lincoln Suesdek, pesquisador do Laboratório de Parasitologia do Instituto Butantan e coordenador da pesquisa.

Municípios em situação de risco para o Aedes aegypti

Município IIP
ADOLFO 4,1
AGUDOS 5
ARACATUBA 5,1
ARCO-IRIS 10
ARUJA 6,2
AVAI 10,3
BEBEDOURO 4,7
CABRALIA PAULISTA 4,4
CAFELANDIA 4,7
CAJATI 4,1
CANDIDO MOTA 4,9
CASSIA DOS COQUEIROS 4,5
CONCHAS 7,3
ELDORADO 4,2
FLORIDA PAULISTA 4,3
GALIA 5,4
GUAIMBE 7,6
GUARANTA 6,7
IGUAPE 6,1
IPIGUA 4,8
ITUPEVA 7,5
LUPERCIO 7,5
NOVA GRANADA 4,4
OCAUCU 6,9
OSCAR BRESSANE 4,1
OURO VERDE 6,1
PAULICEIA 5,4
PEDRINHAS PAULISTA 4,1
PONGAI 6
PRESIDENTE BERNARDES 5
RIBEIRAO DO SUL 4,1
RIOLANDIA 4,5
ROSANA 6,6
SALES 5
SALES OLIVEIRA 9,4
SANTA MERCEDES 4,1
SAO JOAQUIM DA BARRA 4,1
SAO VICENTE 6
TORRE DE PEDRA 5,1
TUPA 5,8
UBIRAJARA 4
VERA CRUZ 5,4