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Saúde lista cuidados na compra e consumo de peixes no cardápio de Páscoa

Como tradição, o peixe é um dos alimentos mais consumidos na “Semana Santa”. Segundo o Centro de Vigilância Sanitária estadual, é preciso ter atenção redobrada não só apenas na hora de comprar pescados, mas também no preparo e na conservação dos alimentos.

Ao escolher o local de compra do alimento, é importante certificar-se de que o ambiente e os atendentes mantêm organização e limpeza, e ainda observar as condições de armazenamento e conservação do produto – os peixes devem ser mantidos a uma temperatura entre 0°C e 2°C. Ao chegar em casa, é preciso armazenar imediatamente na geladeira ou no freezer. Para preparar, mantenha sob refrigeração – nunca descongele pescados na temperatura ambiente.

As condições das embalagens também precisam ser verificadas. Não compre alimentos com embalagens violadas, rasgadas, amassadas, furadas, molhadas ou com qualquer outro sinal de alteração. Os rótulos dos alimentos devem apresentar algumas informações obrigatórias como nome do produto, nome e endereço do fabricante, lote e validade. Caso não apresente tais condições, acione a empresa responsável pela venda e solicite a troca.

Cada tipo de pescado apresenta uma aparência adequada que deve ser observada antes de comprar: peixes frescos não podem ter manchas, furos ou cortes na superfície, mas sim escamas bem firmes e resistentes, translúcidas e brilhantes, pele úmida e brânquias de cor avermelhada ou rosa. Em relação ao bacalhau, a presença de manchas escuras, amolecimento e o odor desagradável são características que indicam que o produto não está apropriado para consumo.

“Pescados, se não preparados imediatamente, devem ser mantido no máximo por cinco dias na geladeira”, explica a diretora do Grupo de Alimentos do Centro de Vigilância Sanitária estadual, Luana Gimenez Lopes.

Em relação ao preparo, a diretora lembra que, embora peixes sejam fonte de vitaminas e sais minerais, algumas condições podem prejudicar seus benefícios. “Deve-se dar preferência para o preparo de peixes assados, grelhados ou cozidos. Peixes fritos tem alto teor de gordura”, sugere.

“Na minha casa sempre me preocupo com o preparo dos alimentos. Evito usar óleo vegetal, dou preferência para azeite de oliva e também não coloco muito sal nos alimentos”, comenta a dona de casa Yolanda Sabella.

Alimento rico e saudável

“Rico em proteínas, ferro e cálcio e com baixas calorias, o peixe é um alimento muito saudável”, explica a nutricionista do Hospital das Clínicas da FMUSP, Sônia Trecco. “Alguns peixes de águas frias, como é o caso do salmão e do bacalhau, tão querido na Páscoa, são também uma ótima fonte de ômega 3, ácido graxo importante para aumentar o colesterol bom, que, por sua vez, contribui na prevenção de doenças cardiovasculares”.

Para quem quer perder peso, o peixe é uma ótima pedida, já que ele diminui os níveis do hormônio leptina, o hormônio da obesidade.

Há diversos tipos de peixe e muitos são os seus tipos de preparo. “O mais importante é optar pelo assado ou grelhado, evitando as preparações fritas”, recomenda Cristiane Kovacs, nutricionista do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, unidade da Secretaria de Estado da Saúde.

É sempre bom lembrar que, por mais saudável que uma opção como o peixe possa ser, exageros alimentares devem ser contidos, como frisa Vitor Rosa, gerente de Nutrição e Dietética do Icesp. “Não podemos reduzir os alimentos a duas grandes listas: ‘heróis’ e ‘vilões’ da alimentação. Os principais erros em nossos hábitos alimentares não estão relacionados, exclusivamente, a ‘o quê’ comemos, mas também ao ‘quanto’ e ‘com que frequência’ nós consumimos alguns desses alimentos”.