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Saúde põe 25,5 mil profissionais em super mutirão contra Aedes aegypti neste sábado

 Profissionais dos municípios começam a receber a remuneração extra da Secretaria de Estado da Saúde no valor de R$ 120 para cada um; ação ocorrerá em 426 cidades

A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, a Coordenadoria Estadual de Defesa Civil e prefeituras paulistas promovem neste sábado, 5 de março, um super mutirão da campanha paulista “Todos Juntos Contra o Aedes aegypti” em 426 municípios do Estado, o que representa cobertura de mais de dois terços do território paulista. Será o primeiro final de semana com agentes e supervisores municipais recebendo a remuneração extra de R$ 120,00 para cada um, repassados pelo governo do Estado.

Os municípios interessados em participar assinaram um Termo de Adesão, indicando o número de agentes e de supervisores mobilizados na campanha em sua jurisdição. Até agora já foram entregues os termos de 426 municípios, que inscreveram 25.430 agentes de saúde e supervisores  para a realização do trabalho de campo durante todos os sábados, até o último sábado de abril de 2016 (lista completa abaixo).  Haverá, ainda, um reforço com  500 agentes da Sucen, que irão auxiliar os profissionais dos municípios.

As ações, programadas pela Sala de Comando e Controle Estadual das Arboviroses, incluem a varredura de focos do mosquito em imóveis públicos, privados e baldios, com eliminação de criadouros, remoção mecânica, tratamento químico (quando necessário), bem como a difusão de orientações à população.

Desde janeiro a Secretaria de Estado da Saúde vem promovendo mutirões e ações de controle de vetores nos municípios paulistas. No total, até o dia 2 de março, cerca de 6,9 milhões de imóveis foram visitados, o que corresponde a 42,4% de todas as propriedades do Estado.

Além disso, a pasta, por meio da Coordenadoria de Controle de Doenças (CCD), passou a realizar um treinamento sobre “manejo clínico” da dengue com os médicos da rede pública e privada.

O objetivo é preparar hospitais, postos de saúde e demais equipamentos para o correto atendimento e tratamento aos casos de dengue, capacitando os profissionais de saúde para que casos graves e óbitos sejam evitados. O treinamento é coordenado por especialistas ligados à universidades e centros de saúde especializados, como Instituto de Infectologia Emílio Ribas, Hospital das Clínicas, Unicamp, Unesp, dentre outros.

Os coordenadores também estão treinando médicos de todo o Estado para que eles atuem como multiplicadores de informação para os demais profissionais de saúde de suas regiões. A expectativa é que ainda no primeiro trimestre do ano todos os médicos que atuam em locais de pronto-atendimento tenham passado pelo treinamento.

“Organizamos essa grande mobilização, com apoio de municípios e cidadãos, porque apenas com um esforço conjunto e concentrado poderemos combater o Aedes aegypti, com a finalidade de proteger a população contra a dengue, zika vírus e febre chikungunya. Contamos também com apoio dos paulistas para que prossigam com a eliminação dos criadouros em suas residências. As ações do Estado continuarão acontecendo com a intensidade e frequência de que o momento necessita”, afirma o secretário de Estado da Saúde, David Uip.

Vacina contra dengue       

No último dia 22 de fevereiro, por meio do Instituto Butantan e da Secretaria de Estado da Saúde, foi iniciada a terceira e última fase de testes clínicos da primeira vacina brasileira contra a dengue.

Os testes, que envolverão 17 mil voluntários em todo o Brasil, tiveram o pontapé inicial no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, maior complexo hospitalar da América Latina e um dos 14 centros credenciados pelo Butantan para realização dos exames.

A vacina do Butantan, desenvolvida em parceria com o National Institutes of Health (EUA), tem potencial para proteger contra os quatro vírus da dengue com uma única dose e é produzida com os vírus vivos, mas geneticamente atenuados, isto é, enfraquecidos. Com os vírus vivos, a resposta imunológica tende a ser mais forte, mas como estão enfraquecidos, eles não têm potencial para provocar a doença.

Nesta última etapa da pesquisa, os estudos visam comprovar a eficácia da vacina. Do total de voluntários, 2/3 receberão a vacina e 1/3 receberá placebo, uma substância com as mesmas características da vacina, mas sem os vírus, ou seja, sem efeito. Nem a equipe médica e nem o participante saberá se foi aplicada a vacina ou o placebo. O objetivo é descobrir, mais à frente, a partir de exames coletados dos voluntários, se quem tomou a vacina ficou protegido e se quem tomou o placebo contraiu a doença.

A estimativa do Instituto é que todos os participantes estejam vacinados dentro de um ano. Os resultados da pesquisa dependem de como será a circulação do vírus, mas o Butantan acredita ser possível ter a vacina disponível para registro até 2018.