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Saúde prepara ‘operação de inverno’ para combater e prevenir arboviroses

Governo de SP formaliza, a partir de julho, novos termos de adesão com Prefeituras para pagamento de ‘extras’ a agentes municipais que atuarem aos sábados no combate ao mosquito

A Secretaria de Estado da Saúde elaborou uma ‘operação de inverno’, visando fortalecer estratégias de combate ao Aedes aegypti e proteger a população contra dengue, zika e chikungunya.

Em continuidade à campanha “Todos juntos contra o Aedes aegypit”, a secretaria de Estado da Saúde iniciará a segunda etapa do Programa de Incentivo, que prevê pagamento de ‘extras’ a agentes municipais que trabalharem aos sábados. Os novos contratos poderão ser formalizados a partir de julho.

Trata-se de uma medida preventiva para o próximo verão, quando a proliferação do vetor pode aumentar devido ao calor e às chuvas.

Inédito, o programa foi anunciado em fevereiro, e garantiu entre os meses de março e maio remuneração de R$ 120,00 por agente, para cada sábado de atuação no combate ao mosquito transmissor das Arboviroses.

Até o mês de maio, mais de 90% dos municípios aderiram ao programa, triplicando o número de cidades mobilizadas – no primeiro bimestre, apenas ¼ das cidades participavam dos mutirões aos finais de semana. Cerca de 80 mil agentes têm sido mobilizados, todo sábado, para eliminar criadouros do Aedes por todo o território paulista.

O investimento do Governo do Estado totaliza R$ 25 milhões de repasses aos municípios envolvidos, no período de março a maio.

Cidades interessadas podem participar mediante assinatura de um Termo de Adesão, indicando o número de agentes e de supervisores mobilizados na campanha. Cada prefeitura deve garantir que esses profissionais realizem o trabalho de campo durante todos os sábados.

As equipes têm a atribuição de realizar vistorias domiciliares para eliminação de criadouros e potenciais focos do mosquito, bem como mobilizar a população para evitar novas infestações. Os agentes também devem preencher formulários atestando as visitas aos imóveis. Assim, além da prestação de contas dos recursos repassados pelo governo do Estado, os gestores municipais devem submeter, mensalmente, relatórios de vistoria à Superintendência de Controle de Endemias (Sucen), autarquia vinculada à Secretaria de Estado da Saúde, para monitoramento do trabalho.

A Secretaria fornece apoio técnico e orientação para o desenvolvimento das atividades previstas e o material educativo utilizado nas ações.

“Mesmo com a continuarmos com o programa de incentivo aos municípios, é muito importante que a população continue fazendo a sua parte, eliminando os criadouros do mosquito, uma vez que 80% deles estão no interior dos domicílios”, afirma o secretário de Estado da Saúde, David Uip.

 

Capacidade de adaptação climática do Aedes

Uma pesquisa do Instituto Butantan, ligado à Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, constatou que o Aedes aegypti possui patrimônio genético muito grande e variável mesmo no inverno, época de baixa incidência do inseto.

O estudo foi desenvolvido no bairro do Butantã e arredores, na capital, durante 14 meses, e acompanhou a evolução do vetor durante todas as estações climáticas, com o objetivo de compreender sua evolução e, possivelmente, auxiliar nos mecanismos de controle.

Foram coletados os ovos, pupas e larvas do animal em seis áreas. O estudo foi desenvolvido com 150 fêmeas e avaliou as variações genética e morfológica do mosquito, além de ter levado em consideração questões demográficas de dispersão e evolutivas desses insetos em áreas urbanas.

O resultado mostrou modificações maiores do que o normalmente esperado em uma espécie exótica em tão curto prazo, e demonstrou que o mosquito sofre também alterações de tamanho e formato da asa, segundo cada estação do ano, o que indica a sua rápida variação evolutiva.