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Saúde promove mega mutirão contra o Aedes aegypti em mais de 500 cidades neste sábado

Mais de 29 mil profissionais participam da ação e agentes dos municípios receberão a remuneração extra da Secretaria de Estado da Saúde no valor de R$ 120 para cada um

A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, a Coordenadoria Estadual de Defesa Civil e prefeituras paulistas promovem neste sábado, 19 de março, um mega mutirão da campanha paulista “Todos Juntos Contra o Aedes aegypti” em 530 municípios do Estado, o que representa cobertura de mais de dois terços do território paulista. Este será o terceiro final de semana seguido com agentes e supervisores municipais recebendo a remuneração extra de R$ 120,00 para cada um, repassados pelo governo do Estado.

Os municípios interessados em participar assinaram um Termo de Adesão, indicando o número de agentes e de supervisores mobilizados na campanha em sua jurisdição. Até agora já foram entregues os termos de 530 municípios, que inscreveram 29.578 agentes de saúde e supervisores  para a realização do trabalho de campo durante todos os sábados, até o último sábado de abril de 2016.  Haverá, ainda, um reforço com  500 agentes da Sucen, que irão auxiliar os profissionais dos municípios.

As ações, programadas pela Sala de Comando e Controle Estadual das Arboviroses, incluem a varredura de focos do mosquito em imóveis públicos, privados e baldios, com eliminação de criadouros, remoção mecânica, tratamento químico (quando necessário), bem como a difusão de orientações à população.

Desde janeiro a Secretaria de Estado da Saúde vem promovendo mutirões e ações de controle de vetores nos municípios paulistas. No total, até o dia 16 de março, cerca de 12,4 milhões de imóveis foram visitados, o que corresponde a 76,3% de todas as propriedades do Estado.

Além disso, a pasta, por meio da Coordenadoria de Controle de Doenças (CCD), passou a realizar um treinamento sobre “manejo clínico” da dengue com os médicos da rede pública e privada.

O objetivo é preparar hospitais, postos de saúde e demais equipamentos para o correto atendimento e tratamento aos casos de dengue, capacitando os profissionais de saúde para que casos graves e óbitos sejam evitados. O treinamento é coordenado por especialistas ligados à universidades e centros de saúde especializados, como Instituto de Infectologia Emílio Ribas, Hospital das Clínicas, Unicamp, Unesp, dentre outros.

Os coordenadores estão treinando médicos de todo o Estado também para que eles atuem como multiplicadores de informação para os demais profissionais de saúde de suas regiões. A expectativa é que até o final do primeiro trimestre do ano todos os médicos que atuam em locais de pronto-atendimento tenham passado pelo treinamento.

“Organizamos essa grande mobilização, com apoio de municípios e cidadãos, porque apenas com um esforço conjunto e concentrado poderemos combater o Aedes aegypti, com a finalidade de proteger a população contra a dengue, zika vírus e febre chikungunya. Contamos também com apoio dos paulistas para que prossigam com a eliminação dos criadouros em suas residências. As ações do Estado continuarão acontecendo com a intensidade e frequência de que o momento necessita”, afirma o secretário de Estado da Saúde, David Uip.

 

Vacina contra dengue       

No último dia 22 de fevereiro, por meio do Instituto Butantan e da Secretaria de Estado da Saúde, foi iniciada a terceira e última fase de testes clínicos da primeira vacina brasileira contra a dengue.

Os testes, que envolverão 17 mil voluntários em todo o Brasil, tiveram o pontapé inicial no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, maior complexo hospitalar da América Latina e um dos 14 centros credenciados pelo Butantan para realização dos exames.

A vacina do Butantan, desenvolvida em parceria com o National Institutes of Health (EUA), tem potencial para proteger contra os quatro vírus da dengue com uma única dose e é produzida com os vírus vivos, mas geneticamente atenuados, isto é, enfraquecidos. Com os vírus vivos, a resposta imunológica tende a ser mais forte, mas como estão enfraquecidos, eles não têm potencial para provocar a doença.

Nesta última etapa da pesquisa, os estudos visam comprovar a eficácia da vacina. Do total de voluntários, 2/3 receberão a vacina e 1/3 receberá placebo, uma substância com as mesmas características da vacina, mas sem os vírus, ou seja, sem efeito. Nem a equipe médica e nem o participante saberá se foi aplicada a vacina ou o placebo. O objetivo é descobrir, mais à frente, a partir de exames coletados dos voluntários, se quem tomou a vacina ficou protegido e se quem tomou o placebo contraiu a doença.

A estimativa do Instituto é que todos os participantes estejam vacinados dentro de um ano. Os resultados da pesquisa dependem de como será a circulação do vírus, mas o Butantan acredita ser possível ter a vacina disponível para registro até 2018.