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SP desenvolve tratamento inédito para regeneração de maxilas humanas

Técnica desenvolvida pelo Instituto Butantan utiliza células tronco e apresentou resultados positivos em testes com humanos

 

O Instituto Butantan, unidade vinculada à Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo e maior centro de pesquisa biomédica da América Latina, desenvolveu tratamento inédito para a regeneração de maxilas humanas por meio de células tronco. O método não tem riscos de rejeição e, ainda, auxilia no processo anti-inflamatório.

A técnica, aplicada em casos de defeitos ósseo, utiliza material genético extraído da polpa dentária de dente de leite humano. As células precisam ser coletadas de um filho ou neto do paciente, entre seis e 12 anos de idade, período em que as crianças trocam os dentes de leite.

Outro diferencial do tratamento é a rapidez de reconstrução do local afetado. Após a coleta e implantação das células tronco, processo que leva cerca de duas horas, as maxilas se regeneram em cerca de seis meses.

“Após quatro meses já analisamos a possibilidade de inserirmos implantes na área afetada. O procedimento completo leva cerca de seis meses, possibilitando uma recuperação em tempo menor que os demais tratamentos”, detalha Camila Favero de Oliveira, cirurgiã-dentista e pesquisadora do Laboratório de Genética do Instituto Butantan.

Os próximos passos do estudo consistem em analisar a possibilidade de obter resultados em menor tempo e com a mesma eficácia. Com o avanço deste processo, os pesquisadores planejam implantar a técnica em outras partes do corpo com defeitos ósseos.

O procedimento foi aprovado pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep) e, com apoio financeiro do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), está em fase de testes. “As fases iniciais apresentaram resultados bastante positivos e estamos selecionando outros voluntários para as demais etapas da pesquisa”, afirma a pesquisadora.