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SP tem mutirão contra o cigarro nesta sexta

Campanha do Icesp vai entregar kit antitabagismo para quem ‘largar’ o maço; 65% dos fumantes com câncer não abandonam o vício mesmo após diagnóstico

            O Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), unidade ligada à Secretaria de Estado da Saúde e à Faculdade de Medicina da USP, promove nesta sexta-feira, 30 de maio, uma grande campanha contra o tabagismo que marca a comemoração do Dia Mundial Sem Tabaco.

A ação, intitulada como “Saia do Cinza”, vai convidar pacientes, visitantes e colaboradores fumantes a “largarem” o maço, trocando seus cigarros por um kit composto por frutas, um cartão-fidelidade para marcar os dias sem fumo e um certificado de participação no evento. O público também vai poder tirar dúvidas sobre os malefícios do tabagismo com especialistas do Instituto, além de levar para casa materiais informativos

Levantamento do Icesp 65% dos fumantes com câncer atendidos no hospital estadual não conseguem largar o cigarro mesmo após receber o diagnóstico da doença. A pesquisa mostra, ainda, que cerca de 25% do total de pacientes atendidos na instituição nos últimos anos têm histórico de tabagismo.

O estudo mostrou também que 70% dos pacientes homens e 40% das mulheres com tumores de bexiga são ou foram fumantes. Dentre os diversos tipos de tumores que podem ser desenvolvidos devido ao uso de cigarros também estão as que se manifestam na região da cabeça e pescoço, como o câncer de laringe. Dos pacientes tratados nesse serviço, 83% são fumantes ou têm histórico de tabagismo.

Os efeitos nocivos que o cigarro provoca são extremamente prejudiciais para os pacientes em tratamento, dificultando a cicatrização após cirurgias oncológicas e aumentando o risco de complicações durante o período de radioterapia, por exemplo. Além disso, alguns quimioterápicos podem surtir efeito bem menor no organismo de um tabagista, enquanto os efeitos colaterais como náuseas, vômitos, perda de apetite e sintomas respiratórios são intensificados.

“O cigarro é uma das fontes de poluição ambiental mais perigosa. Os danos atingem todo o corpo e estão ligados a outros graves problemas de saúde como as doenças cardiovasculares. Quem convive com fumantes também é atingido tornando-se um tabagista passivo. Ao inalar a fumaça do cigarro passa a ter mais chances de desenvolver tumores”, ressalta o médico coordenador do Grupo de Apoio ao Tabagista do Icesp, Frederico Fernandes.