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Teste rápido permite diagnóstico de sífilis em 20 minutos

O Centro de Referência e Treinamento DST/AIDS de São Paulo oferece um teste rápido e gratuito que permite à pessoa descobrir se está com sífilis, uma doença sexualmente transmissível (DST) que pode ter graves consequências, como problemas neurológicos e cegueira.

O principal problema da sífilis é que ela costuma justificar seu apelido de “mal silencioso”, “Uns dias após o contágio, vai surgir uma ferida no pênis, na vagina, no ânus ou na boca. Muitas vezes a gente nem considera e nem imagina que possa ser uma sífilis. Mas, com o tempo, se ela não for tratada, pode trazer sérios problemas para a pessoa, como levar à cegueira, problemas neurológicos e outras questões”, explica Tânia Regina Corrêa de Souza, da equipe de Assistência e Prevenção do CRT, que se localiza na rua Santa Cruz, 81, na Vila Mariana, em São Paulo.

Os testes também podem ser feitos em unidades de saúde de todo o Estado. Especialistas tem apontado para um aumento alarmante nos casos de sífilis: de 2.685 casos verificados em 2007, o índice saltou para 25.987 casos em 2015. Por isso a necessidade de que a pessoas verifiquem se têm a doença. “O teste é rápido e o tratamento é feito com injeções de penicilina benzatina, dependendo do estágio da doença”, explica Tânia.

Também há a preocupação com a sífilis congênita, ou seja, a transmissão da bactéria da doença da mãe para o filho, durante a gestação. Como consequência, a doença pode causar má-formação do feto, além de aborto natural e morte do bebê. Assim, é importante que o teste seja feito para detectar a sífilis durante o pré-natal e, quando o resultado é positivo, tratar imediatamente tanto a mulher quanto o parceiro.

“Cada etapa do processo na linha de cuidado da gestante, especialmente na atenção pré-natal, deve ser rigorosamente cumprida. É fundamental a ampla cobertura na oferta de testes para sífilis e retorno dos resultados em tempo hábil, tratamento adequado para gestante e parceiro sexual, orientação para prática sexual segura e planejamento reprodutivo”, afirma Maria Clara Gianna, coordenadora do Programa Estadual DST/ Aids-SP.

Em fevereiro deste ano, o Ministério da Saúde anunciou a distribuição para todos os Estados e o Distrito Federal de 526 mil frascos-ampola de penicilina benzatina para o tratamento da sífilis adquirida e em gestantes mais parceiros, além de 116 mil da penicilina cristalina ou potássica, usada para o tratamento a sífilis congênita em bebês.

O diagnóstico da doença durante a gestação é fundamental para evitar a propagação da sífilis. Há casos que podem levar ao tratamento inadequado da mãe, como a realização do diagnóstico apenas no terceiro trimestre da gestação, a entrada tardia da mãe no pré-natal ou a aquisição da infecção no final da gravidez.

“Além de todos os alertas preconizados na campanha, precisamos lembrar que os grupos de maior vulnerabilidade, como adolescentes, usuárias de drogas lícitas ou ilícitas, vivendo em situação de rua, privadas de liberdade ou parceiras de homens privados de liberdade, necessitam de uma atenção especial, pois nestes casos a adesão ao pré-natal é escassa ou nenhuma”, completa Maria Clara Gianna.