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XVI Semana de Fitoterapia, promovida pelo CATI, é voltada à saúde mental

Entre os dias 17 e 20 de abril, cerca de 250 visitantes por dia passaram pela XVI Semana de Fitoterapia de Campinas Professor Walter Radamés Accorsi, ocorrida na sede do órgão vinculado à Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento, em Campinas.

Com foco no bem-estar, o evento contou com palestras voltadas à saúde mental, abordando temas como depressão e ansiedade, falsificações de medicamentos, aromaterapia, além de oficinas e minicursos, apresentações de trabalhos técnicos e científicos e venda e exposição de produtos.

Promovido pela CATI, em parceria com a Prefeitura Municipal de Campinas, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, e com o apoio de associações e institutos, a Semana de Fitoterapia de Campinas foi instituída por lei (Lei Municipal n.º 11.385, de 2002) e, desde então, é realizada anualmente.

João Brunelli Júnior, coordenador da CATI, disse que o evento “informa, sensibiliza, conscientiza e mobiliza a população sobre o cultivo e uso de plantas medicinais”. Willian Hyppolito Ferreira, coordenador da área da Saúde em Campinas, classificou a Semana de Fitoterapia como “modelo para que outros estados da Federação promovam eventos voltados às plantas medicinais e à fitoterapia”.

Na cerimônia de abertura, o secretário de Estado de Agricultura e Abastecimento, Francisco Jardim, enalteceu o evento. “Nosso país tem um patrimônio forte no que diz respeito a plantas medicinais e essa Semana contribui na disseminação de conhecimento”, afirma.

A 16ª edição da Semana de Fitoterapia reuniu profissionais em palestras relacionadas ao combate à depressão, à ansiedade, à insônia, entre outros assuntos. “A saúde mental não contempla apenas o tratamento, mas também a prevenção de doenças que acometem milhões de pessoas”, frisa o médico psiquiatra Mateus Angelucci.

Durante a palestra, Angelucci apresentou algumas plantas medicinais que apresentam bom potencial terapêutico. “A Curcuma longa é eficaz no tratamento e no combate à depressão, assim como o chá de Melissa officinalis auxilia na redução de ansiedade”, explica.

“A amplitude dos fitoterápicos é fantástica e a palestra promoveu a nossa relação com as plantas medicinais”, diz Kelen Maria Junqueira, extensionista rural. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a estimativa é que mais de 300 milhões de pessoas de todas as idades sofram com a depressão, principal causa de incapacidade laboral no planeta e que, nos piores casos, pode levar ao suicídio.

A professora de Farmácia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Alexandra Swaya, levou ao conhecimento dos participantes as falsificações de medicamentos à base de plantas. “O objetivo foi alertar o público em geral em relação às precauções para consumir fitoterápicos. Portanto, em suma, é importante observar se o produto contém o nome científico no rótulo, se possui o registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e se há o nome de um farmacêutico responsável”, alerta. De acordo com Veronica Silva, que participou da palestra, as dicas ajudam a população a encontrar um produto de qualidade e que seja saudável.

Outros assuntos voltados à aromaterapia (prática que se utiliza das propriedades dos óleos essenciais para restabelecer o equilíbrio e a harmonia pessoal) e à fitoenergia (sistema natural de cura, equilíbrio e elevação da consciência) promoveram um novo olhar para a saúde e o bem-estar sobre a cura pela energia das plantas.

Exposição e venda de produtos

Ao todo, 22 trabalhos científicos e técnicos foram apresentados no evento, como no caso do “índio produtor” Rosivaldo Pereira dos Santos, que mostrou o projeto Melhor Qualidade de Vida, executado em Santa Bárbara d’Oeste. “Atualmente, muitas pessoas procuram o pronto-socorro devido à carência alimentar. Dessa forma, meu projeto visa levar à população, por meio das Unidades Básicas de Saúde (UBSs), a informação de quais ervas e plantas medicinais são capazes de combater algumas doenças e, assim, diminuir a quantidade de pessoas que se deslocam para uma unidade hospitalar em busca de remédios tradicionais”, explica.

O responsável pela Casa da Agricultura de Santa Bárbara d’Oeste, Ricardo Stipp, auxiliou Rosivaldo na parte técnica, fornecendo recomendações de adubação. Outros trabalhos foram expostos, relacionados a plantas medicinais, a projetos de farmácias-vivas e também na área farmacológica e clínica.